Com a identificação da cor roxa, o mês de setembro foi escolhido como o mês de conscientização da fibrose cística. A ação é importante por conta do desconhecimento da doença, levando em conta que 1 a cada 10 mil nascidos no Brasil são diagnosticados com a enfermidade, conforme o Instituto Unidos Pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística.
Também conhecida como Doença do Beijo Salgado ou Mucoviscidose, a fibrose cística afeta principalmente os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo e é uma doença crônica não transmissível que pode ser diagnosticada a partir do teste do pezinho.
É o caso dos filhos de Maria José, Lucas e Vinícius Fonseca, de 12 e 10 anos, respectivamente. Os dois possuem fibrose cística e a descoberta se deu nos primeiros 3 meses de vida. Atualmente eles fazem tratamento fisioterápico na Clínica-escola do Centro Universitário UniFTC Salvador, na Paralela.
"O Lucas eu descobri primeiro. Quando tinha três meses de vida ele ficou muito mal e precisou ser internado. Após o médico investigar, descobriu que ele tinha a doença. Já sabendo que é algo genético, com dois meses fizemos os exames no Vinícius e descobrimos que ele também tem fibrose cística", comenta dona Maria José.
Segundo a fisioterapeuta Priscila Correia, o que acontece é que um gene considerado defeituoso produz uma proteína que induz o corpo a produzir muco de 30 a 60 vezes mais espesso que o normal. Este muco espesso propicia o acúmulo de bactérias e germes nas vias respiratórias, podendo causar inchaço, inflamações e infecções como pneumonia e bronquite.
"Basicamente, os sintomas da fibrose cística estão ligados a esta produção da mucosa espessa e suas reações no organismo. Por exemplo, se esta secreção se acumula no pulmão, pode gerar tosse crônica, pneumonia, entre outros. Este muco também pode bloquear o trato digestório e o pâncreas, impedindo que as enzimas digestivas cheguem ao intestino", explica Priscila, que também é professora da Rede UniFTC.
Os sintomas mais comuns da fibrose cística são: pele/suor de sabor muito salgado; tosse persistente, muitas vezes com catarro; infecções pulmonares frequentes, como pneumonia e bronquite; chiados no peito ou falta de fôlego; baixo crescimento ou pouco ganho de peso, apesar de bom apetite; diarreia; surgimento de pólipos nasais; alongamento e arredondamento na ponta dos dedos.
Contudo, não é porque uma pessoa possui fibrose cística que ela não pode ser capaz de ter uma vida como todos os outros, desde que faça o tratamento correto para manutenção da saúde, como explica dona Maria José: "Eu aconselho todos os pais a procurarem logo um tratamento e ter fé, pois fazendo o tratamento tudo corre bem e é possível ter uma vida normal, mesmo com todas as dificuldades".
Atendimento fisioterápico gratuito na UniFTC Salvador - A Clínica Escola de Fisioterapia do Centro Universitário UniFTC Salvador, localizado na Paralela, oferece vagas para tratamento gratuito da enfermidade.
Segundo a fisioterapeuta e orientadora da Clínica, Priscila Correia, como a maioria das pessoas que precisam do tratamento são crianças, por conta da pandemia a atuação vai acontecer de forma diferenciada a depender da idade. Crianças até 12 anos serão atendidas de forma remota e acima de 12 anos de forma presencial.
Os interessados devem entrar em contato através do número (71) 3281-8187, de 8h às 17h, e realizar o cadastro e agendamento. Para o atendimento é necessário apresentar documento de identificação com foto e solicitação médica para fisioterapia.
Após a triagem, o candidato será informado sobre o dia e horário do atendimento. Os serviços oferecidos pela Clínica são realizados pelos estudantes de fisioterapia da Rede UniFTC que estão em processo de estágio.
A Clínica Escola de Fisioterapia do Centro Universitário UniFTC de Salvador também oferece atendimentos em ortopedia e traumatologia, neurofuncional, pediatria, geriatria e terapias complementares em saúde.
Centros de referência em Salvador - Os pacientes com fibrose cística na Bahia também podem ser atendidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em dois hospitais centros de referência localizados em Salvador.
São eles: o Hospital Octávio Mangabeira, considerado Centro de Referência Especializado Fibrose Cística. O agendamento pode ser realizado pelo telefone (71) 3117-1754; e o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hospital das Clínicas), com agendamento possível através do telefone (71) 3283-8333.
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