No último sábado, 11, representantes do Conselho Municipal de Cultura (CMC), de Juazeiro, através da sua Comissão Permanente de Patrimônio e Memória, realizaram Visita Técnica ao prédio da Loja Maçônica Harmonia e Amor N 12, localizada na conhecida Praça do Jacaré.
Na oportunidade foram recebidos pelo Presidente Sérgio Luis Amim e pelo Secretário Walfredo Montes.
A visita ao prédio da Loja Maçônica foi antecedida por uma reunião no dia 03/09, agendada pela presidência da Loja, para a qual foi convidada a Comissão de Patrimônio, quando foi apresentada a necessidade de se fazer uma grande reforma na cobertura do prédio, devido à realização de pequenas reformas sequenciadas, que não resolveram um grave problema de infiltração de água no período chuvoso.
O objetivo da Visita Técnica foi para orientação de forma mais técnica sobre a possível reforma/manutenção do telhado daquele prédio, que em certos pontos, aparentemente, a estrutura apresenta deformação excessiva, verificando-se, também, a necessidade de adequação do sistema de drenagem de águas pluviais.
Além dos membros da Comissão de Patrimônio e Memória do CMC, Jucinei Martins e Jomar Benvindo, estiveram presentes os Consultores desta Câmara Técnica de Patrimônio e Memória do Conselho de Cultura, o Arquiteto Sérgio Motta e o Engenheiro Civil João Pedro Neto; ambos professores do Colegiado de Engenharia Civil da UNIVASF – Universidade Federal do Vale do São Francisco. Também participou da vistoria inicial da coberta do edifício um representante de uma empresa construtora.
De acordo com o Consultor João Pedro, “esse convite da Loja Maçônica Harmonia e Amor N 12 é, com certeza, o processo de consulta mais coerente e legal em nível de avaliação do patrimônio e da memória, quando se trata de manutenção ou reforma de prédios tombados”. Já o Presidente Sérgio Amim afirmou que “nem eu e nem a Assembleia autorizaremos nada na obra de reforma, que não esteja em consonância com as orientações da Comissão e dos órgãos responsáveis, e seguiremos a indicação de buscarmos a confecção de um projeto de restauro elaborado por empresa especializada”, concluiu.
Com área construída de 370 m², há registros de que o prédio localizado na Praça Aprígio Duarte, nº 1, sofreu reforma na década de 1960 para receber a Loja Maçônica Harmonia e Amor N 12, a qual teve a sua fundação em 20 de março de 1927. O mesmo integra o “Inventário Arquitetônico de Identificação” (Prancha nº 023), anexo da Lei Municipal nº 1.667/02, a qual define: “Art 1º. Passam a integrar o Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Juazeiro os prédios que constam do Anexo à presente Lei.”
De acordo com o membro titular da Cadeira de Patrimônio e Memória do Conselho de Cultura, Jucinei Martins, “o fato da Diretoria da Loja Maçônica ter procurado o Conselho Municipal de Cultura, após visita espontânea à SECULTE – Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes, nos dá o entendimento de que a sociedade juazeirense não mais desconhece na sua totalidade a necessidade de preservação do seu patrimônio edificado, que, dia após dia, vem sendo destruído sem nenhuma preocupação”.
Jucinei Martins continuou dizendo que “o ideal e o que almejamos é que, com as campanhas de Educação Patrimonial e a ação integrada do Conselho e secretarias da Prefeitura envolvidas com o setor, e até mesmo com a ação das instituições da Justiça, ninguém mais tenha coragem de destruir os prédios de valor patrimonial em Juazeiro. Seja por questão de educação ou mesmo de reconhecimento do valor histórico e cultural dos mesmos”. Finalizou.
O próximo passo será a realização de uma vistoria, com a construtora contratada, na qual será analisada toda a estrutura de madeiras do prédio, para a tomada de decisão de qual intervenção será realizada, para sanar de uma vez por todas o problema, que coloca em riscos, tanto a vida das pessoas, como o próprio prédio de valor histórico.
Comissão Permanente de Comunicação
Conselho Municipal de Cultura – Juazeiro/Ba
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