O compositor caruaruense Onildo Almeida completa 93 anos nesta sexta-feira (13). Como presente, ele recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Essa honraria é concedida a personalidades que contribuíram com o progresso das Ciências, Letras, Artes ou Cultura. "Estou, realmente, realizado. Eu achava que não faltava mais nada na minha vida e esse evento me coroa", ressaltou o compositor.
Onildo foi o primeiro caruaruense a receber o título. Também foi a primeira vez que a cerimônia de entrega foi feita fora do campus da universidade no Recife.
"Mostramos que a universidade precisa conversar com a cultura, com as pessoas do interior e fortalecer esse vínculo de descentralização", disse o reitor da UFPE, Alfredo Gomes.
A concessão do título foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário (Consuni) da UFPE no dia 16 de junho deste ano. A proposta foi do Núcleo de Ciências da Vida do Centro Acadêmico do Agreste (CAA). Quem informou a Onildo sobre o recebimento do título foi o professor e historiador José Urbano, que também esteve presente na cerimônia.
“Em todas as suas ações, ele reafirma sua contribuição para o conhecimento da cultura regional [...] Portanto, pelo incansável trabalho de compositor, comunicador e divulgador da Cultura Nordestina, sobretudo através da sua música, somos favoráveis à concessão do título de Doutor Honoris Causa ao compositor Onildo Almeida", ressalta o parecer apresentado ao Consuni.
Nascido em Caruaru, no dia 13 de agosto de 1928, o compositor Onildo Almeida orgulha-se em dizer que é filho da Capital do Agreste. Músicas do caruaruense ganharam destaque e já foram tocadas em diversos países, como Inglaterra, Portugal, Espanha, Suécia, Itália, Estados Unidos, Rússia e até a antiga Tchecoslováquia. Sobre essa conquista, Onildo já afirmou: "Eu ganhei o mundo sem sair de Caruaru".
Filho de José Francisco de Almeida e Flora Camila de Almeida, Onildo teve o apoio dos pais para seguir no caminho da música. Ainda adolescente, o compositor fez parte de grupos musicais locais, mas foi ao ingressar no rádio que ganhou notoriedade.
Ao longo da vida, o artista sempre buscou entoar nos versos de suas composições o nome da cidade natal. Uma das maiores obras dele, se não a maior, "A Feira de Caruaru", fala desde coisas comuns às mais inusitadas que são vendidas no local até os dias atuais. Na entrada da feira, que é patrimônio cultural imaterial do Brasil desde 2007, há uma estátua em homenagem ao compositor.
"Ainda que eu não queira, ela [A Feira de Caruaru] tem de ser minha maior obra. Foi a música que me puxou", Onildo Almeida. O disco no qual está a música na voz de Luiz Gonzaga chegou a vender, entre os meses de março e maio de 1957, 100 mil cópias - o primeiro e o maior recorde musical do Nordeste até então.
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