O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, diz que “não existe dose parada no centro de distribuição”, mas que a pasta trabalha pela segurança e pela qualidade das vacinas que chegam aos braços dos brasileiros, e isso pode gerar demoras. Cruz respondeu às novas reclamações de governadores sobre os supostos milhões de vacinas estocadas enquanto os estados necessitam acelerar a campanha.
“Quando as vacinas são importadas e elas chegam ao Brasil, a gente precisa de algumas informações para que a gente consiga liberação junto aos órgãos reguladores. Em alguns casos, essas informações estão demorando a chegar. A gente teve um caso extremo que as informações demoraram até 7 dias”, falou Cruz à imprensa na porta do Ministério da saúde.
Esses órgãos reguladores mencionados são a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde). Os dois checam as informações passadas pelos laboratórios. No caso da Pfizer, por exemplo, a temperatura de transporte, dos EUA até aqui, é de -60?°C. Cada lote vem com um dispositivo que registra a variação de temperatura no caminho. Se acontece alguma mudança, o laboratório precisa receber essas informações, avaliar e devolver ao Ministério da Saúde, que repassa para a análise dos órgãos brasileiros.
“Os órgãos reguladores são muito ágeis nas análises. Hoje, o que tem demorado um pouquinho mais é o recebimento de todas as informações por parte dos laboratórios para que a gente possa protocolar essas informações nos órgãos reguladores. A gente está conversando, diariamente, com o laboratório para que a gente consiga que esse processo seja o mais rápido possível”, explicou Cruz.
Novas acusações
Além do governador de São Paulo, João Doria, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, cobrou o Ministério sobre esse possível estoque e a falha, ou lentidão, na logística. “Recebemos nessa manhã (11) só 37.962 doses. Para vacinar grupo de 24 anos precisamos de 68 mil. Só lembrando: Rio com muitos casos de delta e estoque do ministério é 11,2 milhões de doses”, reclamou Paes em uma de suas redes sociais. Paes também pediu ajuda a Doria. “Não tem como mandar doses direto da CoronaVac para cá, não? Sem intermediários, como você está fazendo com a Prefeitura de São Paulo?”, comentou.
CNN / foto: Miva Filho-SES/PE
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