Pesquisadores de todo o Brasil estão apreensivos com o apagão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência federal ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável pelo fomento à pesquisa no Brasil.
O problema nos servidores de dados do órgão atinge pesquisadores de todas as universidades públicas e privadas do país. Pelo quarto dia consecutivo, o site da agência está fora do ar.
Uma das grandes preocupações se relaciona à plataforma Lattes, que reúne o currículo de cientistas brasileiros e também é o repositório de informações sobre a produção científica em todas as áreas do conhecimento. A plataforma contêm o Currículo Lattes, Diretório de Grupos de Pesquisa, Diretório de Instituições e Extrator Lattes. O apagão também repercutiu nos mundo político e gerou muitas críticas de políticos de oposição ao governo Bolsonaro.
O Estado de Minas ouviu pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para entender a extensão do problema. Temerosos de sofrer represálias, os pesquisadores pediram à reportagem para não ser identificados. "Depende do tempo que ficar fora dor ar, pode haver prejuizo. Todos os julgamentos de mérito do CNPq se baseiam no Lattes como um dos elementos principais", afirma um dos cientistas.
Outro pesquisador explica que a liberação de recursos financeiros pela agência avalia os projetos a partir dos currículos Lattes dos envolvidos na proposta. "O Lattes não é o pior. A plataforma de envio e controle de projetos (chama-se Plataforma Carlos Chagas) também está fora do ar. E esta afeta a capacidade dos pesquisadores gerirem seus projetos no contexto do CNPq", lamenta.
Jornal Estado de Minas
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