É vida que segue. Talvez esta seja a frase mais coloquial para se referir à necessidade de superação, atenuar sofrimentos e servir como alento para as mais diversas atrocidades oferecidas de formas instintivas por alguns elementos que permeiam a vida. Mesmo não sendo por vontade própria, acontecimentos negativos surgem como o vento, sem avisarem que vão chegar.
A vida não é o oposto da morte, é o mais importante significado da existência, a principal dádiva do ser humano. Os que acreditam que nada é perfeito possuem 'desvio de existência', na verdade não sabem viver, já que não valorizam a singularidade de estar entre os bilhões de viventes que habitam o planeta. Fazer o mal ou fazer o bem é uma opção, ao contrário de conviver com o desagrado por não ter o comando de determinadas situações.
Saber viver é estar bem consigo mesmo, respeitando as diferenças e os espaços dos seus semelhantes. Saber viver é desejar ao próximo aquilo que gostaríamos que ele nos desejasse, é ter paz interior e sentimentos que não sejam de culpa, é fazer o bem sem olhar a quem, de forma intensiva e espontânea, cotidianamente. O mal é ruim para a vida, é danoso, estraga relações, afasta tudo que poderia ser bom e, muitas vezes, concretiza prematuramente a única certeza que temos - a da morte.
O anseio pela perfeição e a busca da felicidade plena podem desencadear um egoísmo perigoso e reverso. Antes de ser adepto ao "salve-se quem puder" é essencial que se procure exemplos que desconstruam a narrativa do "quem tem a unha maior sobe na parede". Nada melhor que refletir, mas caso a mágoa, o rancor ou outros sentimentos ruins insistam em querer denominar a situação, busque força para vencer, pois é necessário ter sabedoria constante para a travessia da existência.
Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver – É preciso saber viver (Roberto Carlos)
Por Gervásio Lima-Jornalista e historiador
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