Como se não bastassem todos os fatos trágicos que atormentam a humanidade, consequentes de um cenário de dor e sofrimento que ceifa vidas, destrói a estrutura familiar e social, e desmonta a estrutura econômica de uma sociedade ativa e produtiva, os efeitos da Pandemia trazem a marca das incertezas num futuro cheio de incógnitas e perguntas ainda sem respostas.
É perceptível que nos países desenvolvidos e de cultura mais sedimentada, em cada momento que os governos adotam maior liberalidade de circulação e suspendem as restrições, o comportamento das pessoas extravasa uma naturalidade e espontaneidade que não reflete que aquele País passou por uma Pandemia grave. Talvez seja por uma questão cultural, o que não acontece nas nações menos preparadas ou não tão acostumadas com catástrofes históricas, que se abatem e sofrem com maior intensidade os efeitos dessas calamidades, em todos os segmentos sociais e econômicos.
Diante desse contexto, é impositiva e incessante a busca de respostas para essa inquietante indagação. Mas, como as preocupações dos cientistas nos dias atuais estão concentradas, obviamente, em como salvar vidas, só resta àqueles que acreditam na força de um Ser Superior, a opção de um consolo fundamentado nos princípios da fé: “o futuro a Deus pertence”!
Ao longo dessa trajetória tentando alcançar o futuro, muitas adversidades se interpõem para tentar construir novas verdades. Quando elas surgem da parte de alguém minimamente identificado com a ciência médica, por formação, a tolerância recomenda que se examine os diversos ângulos da questão que está sendo proposta.
Inversamente, quando néscios tentam mudar o rumo das coisas, opinando sobre o que não entendem e podendo colocar em risco a vida da população, é impossível de ser admitido ou levado a sério. E quando esse agente é o Presidente da República, o equívoco transcende todos os limites.
Ao longo dessa Pandemia, já se perdeu no tempo o número de vezes em que o Presidente do Brasil foi considerado “na contramão da história” - e tudo indica que vai continuar -, pela emissão de alguns conceitos em relação ao COVID-19, ou absurdamente contrário aos protocolos universais restritivos e preventivos contra os riscos de alastramento da contaminação.
Como ápice dessas incoerências, sempre anunciadas diante de uma plateia de apoiadores - a confirmar tudo com a cabeça, tipo lagartixa -, disposta a aplaudir e a sorrir empolgada, como se falar do vírus é algo humorístico, na última semana o Sr. Presidente ultrapassou todos os parâmetros da racionalidade ao propor que o Ministro da Saúde emita um parecer, naturalmente favorável, para “um ato em que determine a não obrigatoriedade do uso da máscara pelas pessoas já vacinadas ou que já foram infectadas”, e que assim, segundo ele, “estão totalmente imunes”. Ocorre que logo no dia seguinte se contradiz, e joga uma bola quadrada, para o colo dos governos estaduais e municipais. A tese está totalmente na linha contrária ao que afirma o mundo científico e provocou reações as mais contundentes. Sabendo-se dos conceitos já emitidos pelo Ministro Queiroga a respeito do uso da máscara, dá dó e vergonha observar como o presidente ridiculariza os seus próprios Ministros.
Aliás, por triste ironia, estamos assistindo logo aqui na América Latina, à evidência de dois deploráveis perfis para Presidentes de uma Nação: a) O daqui, diz baboseira a todo instante, e é abundante o uso de frases de total contrassenso sobre a maneira de combater o COVID-19; b) Já o vizinho Presidente da Argentina, Sr. Alberto Fernández, no sentido pejorativo, diz “que os brasileiros vieram da selva”, e os argentinos da Europa, numa atitude de total desrespeito ao Brasil, com quem mantém relações diplomáticas e comerciais históricas. A conclusão é que ambos exibem absoluto despreparo para o cargo.
Ao final desse texto, inicialmente com proposta de pensar no que iria acontecer “QUANDO TUDO ISSO PASSAR”, os fatos nos levam a reverter a preocupação mais com o presente, no sentido de encontrar alternativas para sobreviver à calamidade que aí está, pois, sinceramente, não temos a mínima ideia de quando, na verdade, tudo isso vai acabar!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador - BA.
13 comentários
13 de Jun / 2021 às 23h10
Grande pergunta... Diga-se de passagem tomara que passe logo. São muitos problemas sem fim, são milhares e milhares de sofrimentos. Mas, para isso, é preciso uma dose de bom senso de todos nós a partir do mandatário da república, como bem foi colocado nas entrelinhas do Artigo.
13 de Jun / 2021 às 23h13
Como sempre, seus artigos são impecáveis, e transmitem justamente o nosso pensamento. Bem colocado amigo Agenor, esse negacionismo de quem deveria dar exemplo tá tirando a vida de muitos brasileiros. Parabéns, pelo excelente comentário. Hoje o presidente está numa carreata de motos, com todos juntos e sem máscaras!!! (Salvador-BA).
13 de Jun / 2021 às 23h16
Leiam no Aurélio o que diz sobre Psicopata. (Rio de Janeiro-RJ).
13 de Jun / 2021 às 23h20
Mariluce Matutino, simplesmente um vagabundo na Presidência de nosso brasilzinho danado de bom!!! Brincando com coisas sérias, como a Pandemia covid-19!!! Até quando? Irecê-BA).
13 de Jun / 2021 às 23h20
Caro Agenor, não sei quem incentiva ou mesmo orienta o nosso presidente, pois cumpre fielmente a “saga e crise dos sete dias”. A cada semana, quando achamos que as coisas vão andar, ele aparece com uma nova. Se não fosse tão grave, eu repetiria a frase dita pelo criador: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!
13 de Jun / 2021 às 23h29
Muito bem escrito e argumentado. Você é um craque nessa arte de escrever. Que tudo esteja bem com você e sua família. (Salvador-BA).
13 de Jun / 2021 às 23h35
Parabéns, Agenor, por sua lucidez sobre essa palhaçada. (Salvador-BA).
13 de Jun / 2021 às 23h37
Conquanto entenda que, em parte, você teria razão em criticar o posicionamento do argentino Fernandez ao Brasil, penso que ele não estaria, de todo, errado. Se o próprio País não se respeita, vai esperar o que dos demais? Ainda agora, Argentina e Colômbia desistiram de realizar a Copa América em razão do estado sanitário daquelas duas nações. Inobstante, em questão de minutos, o Presidente do Brasil aceitou sediar o torneio, em que pese a nossa situação, de Norte a Sul, seja similar à dos países desistentes. Já são mais de 460 mil mortes no País. Somos o segundo no mundo em óbitos. Salvador-BA
13 de Jun / 2021 às 23h46
Parabéns, Agenor, por sua lucidez sobre essa palhaçada. (Salvador-BA).
14 de Jun / 2021 às 06h51
Chora não kkkkkkkk. É Bolsonaro em 2022.
14 de Jun / 2021 às 08h13
Bem colocado amigo Agenor, esse negacionismo de quem deveria dar exemplo tá tirando a vida de muitos brasileiros. Parabéns, pelo excelente comentário. (Maracás-BA).
14 de Jun / 2021 às 09h45
Parabéns Agenor pelos comentários e que continue ser sempre esse bom escritor, mas lembre de uma coisa (só temos o que merecemos).
14 de Jun / 2021 às 10h12
MUITO BEM AGENOR