Na manhã desta terça-feira (13) a Polícia Federal deflagrou a operação Contrassenso, com o objetivo de investigar possível prática dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, falsidade ideológica e organização criminosa através de contratações realizadas pela Secretaria de Educação da Prefeitura de Petrolina, Sertão de Pernambuco.
As investigações apontam irregularidades no fornecimento de kit escolar, entre o final do ano de 2015 até o ano de 2020, com emprego de recursos federais oriundos do FUNDEB, verba sob fiscalização da Controladoria Geral da União (CGU).
A ação deflagrada hoje é em decorrência da análise do material apreendido na operação Casa de Papel, realizada pela Polícia Federal no ano passado. As investigações apontam pagamento de possível propina através de transferências bancárias em favor de terceiros, indicada por um dos servidores investigados, além de demonstrar um frequente contato entre os servidores públicos e os líderes do grupo econômico, principalmente em atos referentes ao pagamento da prefeitura às empresas do grupo. As penas dos crimes investigados na operação Contrassenso alcançam 31 anos de reclusão.
De acordo com o delegado da Polícia Federal Afonso Marangoni Júnior, na investigação envolvendo a Secretaria de Educação de Petrolina foram encontrados contratos bilionários ligados à aquisição de kits escolares. O delegado completa ainda que as investigações estão em uma fase inicial e que ainda não podem informar com exatidão o valor total desviado no esquema. “As investigações contaram com o suporte da auditoria da Controladoria Geral da União e em alguns contratos foram identificados muitos erros, defeitos e irregularidades que poderiam apontar para uma corrupção. Isso tudo foi juntado com análise de material apreendido em outras operações e que teria um grupo de pessoas dentro da secretaria envolvidos com a prática de corrupção”, relatou o delegado.
A CGU realizou também auditoria em parte das contratações, apontando evidências de estratégias utilizadas pelo grupo empresarial para burlar os processos licitatórios, em especial o uso de empresas de fachada criadas em nome de interpostas pessoas (laranjas).
Para realizar a operação foram precisos cerca de 150 policiais federais e auditores da CGU participaram do cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Federal em Petrolina. As buscas estão sendo realizadas em sedes de órgãos da Prefeitura de Petrolina, bem como na Região Metropolitana do Recife e no estado de Minas Gerais.
1 comentário
13 de Apr / 2021 às 12h48
Não apareceu o nome Coelho na matéria. Em Petrolina reina o silêncio nos meios de comunicação. Nem com uma operação grande dessas ainda temem-se em falar o nome Coêlho, significa que a população do munícipio não é bem assistida por uma imprensa isenta, imparcial e livre. Liberdade de expressão na imprensa é tudo. O silêncio é a pior coisa no jornalismo. Precisamos de uma imprensa LIVRE! INDEPENDENTE!