Foram tão significativos e relevantes os principais fatos políticos da semana, que não me contive em fazer uma breve reflexão sobre ambos. E pela ordem sequencial das fotos da ilustração, o leitor já identifica no primeiro quadro acima, a imagem que bem caracteriza a falsidade de uma política governamental de combate ao coronavírus.
A comitiva oficial composta de 10 membros, representando três Ministérios - num avião da FAB -, está aí alinhada para a foto oficial, antes de decolar para Israel, com a finalidade de lá discutir o intercâmbio de tecnologias ligadas ao combate da pandemia, incluindo o spray nasal israelense EXO-CD24. O contraponto é terem saído do Brasil sem máscara, e lá chegando, todos já estavam enquadrados dentro dos protocolos rígidos dos países desenvolvidos. Aqui, comportamento desigual, anormal e desprezível!
Logo na primeira reunião de trabalho, cautelarmente, o Mestre de Cerimônias que conduzia o encontro dos israelenses com a nossa delegação, alertou para os cuidados no distanciamento entre as pessoas sentadas no recinto. Talvez porque lá já repercutiu a nossa má fama oficial de não cumprir protocolos relacionados ao vírus.
Não obstante essas preliminares no início da viagem, uma outra gafe mais enfática, cometida pelo Sr. Ministro das Relações Exteriores, mereceu destaque pela advertência recebida do Locutor. Enquanto os israelenses presentes à reunião oficial para anúncio da finalidade da visita usavam a máscara protetora, o nosso Ministro Ernesto Araújo mantinha a sua no bolso. O locutor anuncia: “Convidamos os dois Ministros para uma foto juntos”. E ao nosso Ministro, acrescenta um alerta: “Nós precisamos que coloque a máscara”. Ao que ele respondeu: “Oh, yes!”. E prontamente atendeu. Resultado de um desvio da regra de conduta que é universalizada, mas, por aqui, é prática descumprida. Se fosse Ministro de um Governo com outro perfil, no retorno teria sido, no mínimo, devidamente repreendido, mas nada aconteceu!
O segundo tema tem foco num repentino e arrasador tsunami político nacional, cujo terremoto ressuscitou das profundezes vidas já adormecidas e indesejadas, e saiu por aí submergindo e destruindo outras, resultado de um milagre jamais imaginado e realizado por “São Fachin”, que surpreendeu o Brasil e o Mundo!
A complexidade da turbulência causada por uma decisão jurídica monocrática no STF, obviamente que não permite a alguém leigo nas lides jurídicas qualquer manifestação contestatória. Contudo, entendo que a um leigo não pode ser negado o direito de questionar como é possível uma Operação Lava Jato estruturada, que já vinha operando em centenas de processos há 5 anos, ou desde 2016, com inúmeras condenações de figuras de relevo nacional, como Empresários, Parlamentares e Governadores – não foi só o Lula -, e os 11 Ministros do STF e, principalmente, o “RELATOR DA LAVA JATO”, no caso o Sr. Edson Fachin, em nenhum momento julgaram que tinha algo errado!
Pelo contrário, a defesa do Lula sempre requereu que fosse reconhecida a incompetência da 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba para decidir sobre investigações ou sobre denúncias ofertadas pela ‘força tarefa’ de Curitiba. Ora, se o próprio STF sempre indeferiu reconhecendo a competência da Vara, de repente, surge do nada esse novo conceito?
Tenho muita resistência em levantar qualquer dúvida quanto à integridade dos Senhores Ministros do Supremo, mas quando alguém me cochicha nos ouvidos de que S. Excia. o Relator Edson Fachin tem trajetória de lutas pelo MST e PT, além de ter sido nomeado para a Corte pela Dilma Rousseff... Que o Ministro Dias Tófoli já foi advogado do PT, nomeado Advogado-Geral da União no Governo do Lula, Advogado do PT nas três campanhas do Lula (1998, 2002 e 2006) e, finalmente, Ministro do Supremo, dá uma leve vontade de repetir um ditado popular: “NESSE BULE TEM CAFÉ!”
E sobre a tal Comissão que foi a Israel, trouxe mesmo o quê de concreto? Alguém sabe dizer? Será que uma simples “Live” das diversas formas hoje existentes não resolveria a intenção de conhecer o milagroso produto? Toma jeito Brasil!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador - BA.
13 comentários
14 de Mar / 2021 às 23h06
Agenor: você analisou os fatos em profundidade. Parabéns! (Salvador-BA).
14 de Mar / 2021 às 23h11
Como sempre, maravilhosa! Salvador-BA).
14 de Mar / 2021 às 23h19
Uma verdade nítida do que estamos vivendo . Totalmente recíproco este texto esclarecedor. É um momento triste. (Irecê-BA).
14 de Mar / 2021 às 23h24
Mais uma vez muito boa a crônica. Só acrescento que além de tudo o Sr. Fachin fez campanha aberta pela reeleição da Dilma... (Assis Chateaubriand-PR).
14 de Mar / 2021 às 23h29
Um Artigo pra lá de atual e de uma realidade pontual total! Deu até muita rima de tão verdade que é! ÓTIMA analise sem paixão nem pra direita nem pra esquerda... E ainda sugerindo que tomem jeito!
14 de Mar / 2021 às 23h31
Para que uma Comitiva (Turismo?). Não bastaria apenas 2 ou 3 Cientistas? (Salvador-BA).
14 de Mar / 2021 às 23h36
Muito bom! Ainda fico a pensar! Estamos no Hospício ou no Circo? (Rio de Janeiro-RJ).
14 de Mar / 2021 às 23h45
Caro Agenor. Eu lembraria a você um ditado popular que ensina: "Antes tarde do que nunca". As decisões desfavoráveis dos ministros ditos nomeados por opositores do atual governo, não significa que os mesmos foram parciais ou relapsos no cumprimento de suas obrigações profissionais, haja vista a quantidade de decisões contrárias aos interesses dos nomeadores. Entendo que foi infeliz a estravagante menção ao "São Fachin", elogiada em nada menos que 33 importantes jornais do mundo inteiro. Agora mesmo o Nunes Marques tomou decisão que impede a sequência de um julgamento por prazo imprevisível, e
14 de Mar / 2021 às 23h46
não se ousa dizer que é uma proteção aos interesses de quem o nomeou para a Corte Suprema. O próprio Gilmar Mendes reteve o tal processo por mais de ano e é dito como favorável aos oposicionistas. O próprio tempo, como ressalta a sua coluna, em que os defensores da causa do ex-presidente (5 anos), vem insistindo na tese de que a República de Curitiba não estaria apta ao julgamento da questão, é uma prova do tardio acerto do Fachin e, ainda assim, sujeito ao julgamento do plenário. Portanto, penso eu, nada a ver com o "NESSE BULE TEM CAFÉ". No particular, parece-me que você teve uma pequena
14 de Mar / 2021 às 23h47
"recaída" de um passado. que eu julgava sepulto. Desculpe a franqueza. No mais, estou de pleno acordo com a desnecessidade de uma caríssima comitiva a Israel para supostamente conhecer um spray milagroso, cujo resultado é uma incógnita. E ainda por cima, o despreparado Ernesto Araújo recebendo educada reprimenda do locutor para usar a máscara, como visto antes na fotografia oficial ao sair do Brasil, um procedimento desprezado/minimizado pelo Senhor Presidente do Brasil e seguido por assessores e apoiadores. (Salvador-BA).
14 de Mar / 2021 às 23h53
Parabéns, pelo excelente comentário, amigo Agenor. Como sempre muito atual e sensato. (Maracás-BA).
15 de Mar / 2021 às 02h01
Caro Agenor, você foi muito despretensioso ao dizer “Foram tão significativos e relevantes os principais fatos políticos da semana, que não me contive em fazer uma breve reflexão sobre ambos”. Na realidade, para quem acompanhou os acontecimentos, independentemente de ser leigo ou especialista na área da política e/ou nas lides jurídicas, vai constatar que você “pinçou cirurgicamente” todos os principais pontos acontecidos. Parabéns.
15 de Mar / 2021 às 09h10
Lamentável. (Salvador-BA).