Familiares de bebê que nasceu morta protestam em frente ao Hospital Dom Malan, em Petrolina. Hospital Dom Malan envia nota

Um grupo de pessoas se reuniu na manhã desta terça-feira (9) em frente ao Hospital Dom Malan Imip, em Petrolina. Eles realizaram um protesto cobrando justiça pela morte de um bebê, na última semana. Cartazes, cruzes, caixões e flores representam o sentimento das pessoas que estavam no protesto. O pai da criança acusa o hospital de ter desrespeitado a recomendação de cesariana, feita pela obstetra da paciente.

Segundo o frentista Joseano Rodrigues, a gravidez da esposa precisava de cuidados. Por isso, houve orientação da médica obstetra para que o parto não fosse normal. Lucicleia Ferreira dos Santos fez o pré-natal e recebia acompanhamento na Unidade Básica de Saúde do Projeto Maria Tereza e na Casa de Parto.

“Devido a minha esposa ter diabetes, foi encaminhado para o Hospital Dom Malan no dia 2 para tirar a neném, que a neném já estava bastante grande e ela não podia ter com nove meses e nem normal. Mandaram ela para sala de parto e começaram a induzir ela. Induziram quatro vezes”, afirma.

Ainda segundo Joseano, depois das tentativas de parto normal, a cesariana foi feita, mas a criança já estava morta. Na declaração de óbito da bebê Geovana, entre as causas da morte, estão causa desconhecida, sofrimento fetal agudo e diabetes tipo 2. Joseano disse que vai pedir uma perícia médica para que descobrir o que realmente aconteceu no dia do parto.

“De imediato que quero pedir uma autorização para fazer uma perícia na minha filha para saber realmente o que aconteceu. Eu quero saber a causa da morte. Quero punição para todos os envolvidos, não importa quem seja”, afirma.

O frentista conta que desde a morte da filha, Lucicleia ficou bastante inconformada com a situação. Joseano diz que será preciso procurar atendimento psicológico para a esposa.

“A mãe está abalada, chora a todo momento, dizendo que quer a filha dela de volta. Que está com saudades de quando a filha mexia na barriga, que não era para ter acontecido aquilo. Vamos ter que fazer acompanhamento psicológico, porque não é fácil. Se para mim que sou pai, sinto a dor que estou sentindo, não é fácil, ela que carregou na barriga durante oito meses, acompanhou tudo de pertinho, não é fácil não.”

NOTA DE ESCLARECIMENTO // HOSPITAL DOM MALAN : A direção do Hospital Dom Malan de Petrolina reconhece a legitimidade de qualquer tipo de manifestação popular. Entretanto, reforça que conta com uma equipe multidisciplinar ética, dedicada e que preza pelo atendimento de qualidade a todos os usuários do SUS.

Mesmo diante da grande demanda de pacientes na emergência obstétrica da unidade, referência no atendimento materno-infantil de alta complexidade para mais de 50 municípios da Rede de Saúde Pernambuco Bahia (Rede PEBA), o serviço não nega atendimento a nenhuma gestante que o procura. Todas são acolhidas pela equipe multidisciplinar, que avalia os casos individualmente, indicando assim a melhor conduta a ser seguida no momento da admissão.  

É importante destacar ainda que o Hospital Dom Malan é, atualmente, a unidade que mais realiza partos em Pernambuco. São, em média, 600 por mês, mais de 7 mil por ano. Desse quantitativo, mais de 50% correspondem a partos de baixo risco, ou seja, procedimentos que poderiam ter sido realizados em serviços de menor complexidade, como maternidades municipais ou casas de partos.  

Em relação ao caso específico da gestante Lucicléia Ferreira dos Santos, a direção informa que a mesma foi assistida pela equipe multidisciplinar durante todo o internamento. Entretanto, apesar dos esforços, o recém-nascido não sobreviveu a uma intercorrência causada por uma bradicardia intensa.

A direção da unidade se solidariza com a família nesse momento de dor e se coloca à disposição dos órgãos competentes e dos familiares para qualquer esclarecimento.

 

G1 Reprodução TV Grande Rio