Um entrelaço, como fios que se cruzam formando um tecido, entre histórias de vida, poesias e conversas diversas, protagonizadas por escritoras pretas sertanejas. Assim é possível definir o podcast do projeto "Tessituras Narrativas: a produção literária mulheres negras no Sertão do São Francisco", lançado na última sexta-feira (29).
Em um formato dinâmico, o podcast realiza entrevistas com autoras locais, promovendo bate-papos sobre suas produções e temas como representatividade e literatura. O programa lança novos episódios toda sexta-feira e pode ser ouvido através de plataformas digitais de streaming.
Semanalmente, as integrantes do projeto Raylane Nayara Souza, Priscila Britto, e Ana Luíza Souza, recebem uma escritora convidada para conversar sobre a arte de escrever a partir de uma perspectiva de gênero, raça e ancestralidade. A primeira temporada do podcast conta com cinco episódios e a participação das escritoras e poetas Ioná Pereira, Milena Silva, Luádia Mabel e Ketlen Xavier, moradoras das cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). Para escutar os episódios basta acessar os aplicativos de streaming Spotify, Soundcloud e Google Podcasts ou o Youtube, clicar em "buscar" e escrever "Tessituras Narrativas".
O episódio de estreia, já disponível, recebe a cientista social, professora da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Paula Galrão e discute o impacto social da produção intelectual de mulheres pretas na região, além de promover uma conversa intimista sobre o surgimento do projeto. Durante as próximas edições, os ouvintes acompanharão, ainda, reflexões sobre as obras de autoras populares nacionalmente, como Conceição Evaristo, Lélia Gonzalez e outras, e recitação de poesia. Mais informações sobre a iniciativa e as autoras participantes, além de conteúdos didáticos sobre produção de literária de mulheres pretas podem ser encontradas no Instagram do projeto.
A coordenadora geral do projeto Raylane Nayara Souza conta que a iniciativa tem a função de demonstrar a potência das mulheres pretas no Sertão do São Francisco que produzem uma literatura forte e rebelde. "Ouvir o Tessituras é aprender um pouco sobre a história que é apagada, ouvir as vozes de corpos que são marginalizados, e construir elos, redes", diz. A ação tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Ascom Tessituras Narrativas/Layla Shasta
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