O presidente Jair Bolsonaro voltou a apelar neste sábado (30/01) aos caminhoneiros para que não façam greve na próxima semana. O chefe do Executivo garantiu que tem feito o "possível", mas que não tem conseguido baixar o preço do dólar e reduzir impostos federais do combustível.
"Fiz um apelo aos caminhoneiros; que o Brasil todo perde com a greve, sabemos dos problemas deles. Eu não quero culpar terceiros. Nós fizemos já alguma coisa por eles. Eu fui em cima da Petrobras... para pegar números, porque eu não interfiro na Petrobras. O Roberto Castello Branco me disse que o preço dos combustíveis varia com o dólar. No que depender de mim, a gente baixa o preço do dólar, mas está difícil", apontou.
De acordo com o mandatário, a estatal afirmou que o preço do combustível brasileiro é o mais barato entre os BRICS e países do G20. De acordo com a Global Petro Prices, que acompanha a variação de todos os combustíveis semanalmente, na verdade, o diesel se encontra mais barato em países do G20 como Rússia (BRICS) e Arábia Saudita e em índice semelhante ao dos Estados Unidos, ainda que com um comprometimento relativo ao salário mínimo local, em dólar, muito maior do lado brasileiro.
O presidente observou ainda que para baixar o PIS/Cofins no atual cenário, teria que aumentar impostos ou criar novas taxas.
"Diz o Castello Branco que a nossa gasolina é uma das mais baixas do BRICS, do G20. Mas são realidades diferentes. Qual a maneira de diminuir o preço? Nós zeramos a CIDE. Temos o PIS/Cofins está em R$ 0,33 por litro do diesel. Para baixar cada centavo eu tenho que conseguir R$ 800 milhões em outro lugar qualquer, ou aumentando imposto ou criando novos impostos. Já falei com o Paulo Guedes para tentar encontrar no Orçamento estes cerca de R$ 26 bilhões que precisamos para zerar o imposto. A Receita apresentou onde eu poderia achar parte desse recurso. É tirar de um santo e cobrir o outro", ressalta.
Bolsonaro repetiu que a categoria pese na balança o momento atual do país em meio à pandemia da covid-19. "A gente apela para os caminhoneiros; eles realmente são o sangue que levam o progresso e todo o movimento dentro do Brasil. Não sou eu que vou perder. O Brasil vai perder, os senhores também. Então, a gente apela pra isso daí. Vocês têm razão nas reivindicações", completou.
Ele observou também que há um excesso de caminhões nas estradas, o que acaba prejudicando o preço dos frete. "No passado, houve muita gente comprando caminhões por planos de governos anteriores. Há um excesso de caminhões na praça. Isso ajuda a diminuir o valor do frete o que não é bom para os caminhoneiros", acrescentou.
O mandatário emendou que não quer prometer o paraíso para o setor, mas que busca soluções para os problemas juntamente com ministros da área. "Vamos ver se o Tarcísio continua trabalhando para buscar soluções para isso. Não é fácil. Não quero prometer o paraíso para eles, mas todos nós estamos em situação bastante complicada. Temos aí milhões de brasileiros informais que perderam emprego, servidor público está sem reajuste. Outros trabalhadores negociam redução de trabalho. Então a gente apela para os caminhoneiros que não façam a greve mesmo esporadicamente que alguns dizem que vão fazer, vão fechar".
Por fim, Bolsonaro se disse escravo da legislação e do teto de gastos. "Nós não temos alternativa no momento. Eu sou escravo da legislação. Se não tivesse [que achar compensação] eu zeraria agora os R$ 0,33. Os problemas são enormes então a gente espera que o ministro Bento ao qual está vinculado a Petrobras busque soluções. O próprio Guedes arranje de onde tirar esses R$ 26, 27 bilhões para nós zeramos o PIS/COFINS do óleo diesel, pelo menos", concluiu.
No último dia 27, o presidente pediu ao setor que não aderisse à greve "Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder. Todos, sem exceção. Agora, a solução não é fácil. Estamos buscando uma maneira de não ter mais este reajuste", disse na data.
O aumento no preço do litro do diesel, anunciado na terça-feira (26/1) pela Petrobras, reacendeu a ameaça de greve dos caminhoneiros. Até a semana passada, apenas algumas lideranças confirmavam a adesão e associações e federações diziam se tratar de um grupo minoritário. Com o reajuste do combustível, no entanto, o descontentamento da categoria aumentou e áudios começam a circular nas redes sociais das lideranças, com mensagens cogitando a paralisação.
Correio Braziliense Foto arquivo 2018
7 comentários
30 de Jan / 2021 às 23h23
E só mudar a política de preco da estatal, agora não mudam porque a maioria dos acionista são políticos com seus laranjas lá e só visam o lucro, não está preocupado com aumento porque são tudo pago por nós .
31 de Jan / 2021 às 00h12
Tem vídeos dele incentivando a greve em 2018. Agora...
31 de Jan / 2021 às 00h40
Acho que era uma boa hora pra população pararem seus carros e exigirem gasolina e etanol mais barato também aproveitando o embalo dessa greve aí na segunda terá outro aumento de combustível.
31 de Jan / 2021 às 10h41
DAR LEITE MOÇA AOS CAMINHEIROS QUE ELES NÃO PARAM, INCOMPETENTE
31 de Jan / 2021 às 12h46
FAZ ARMINHA E MOSTRA O PODER DA CANETA AZUL, FAZ POSE DE MITO COM O CINISMO DA RIZADINHA IRÔNICA KKK QUEM SABE NÃO CONVENCE " OS IMBECIS " QUE NÃO SE CONFORMAVAM COM OS PREÇOS NO GOV. DILMA.
31 de Jan / 2021 às 15h22
Em 2018 ele achou bom num foi agora que a bomba está na mão dele fica dando um de João de sem braço, agora era bom aproveitar a oportunidade e parar tudo de vez, um absurdo sono uns doa maiores produtores de etanol do mundo, temos uma usina aqui no terreiro de nossas casas e estamos pagando mais $4 no litro de etanol, tudo isso pra dar vida boa a esses incompetente.
31 de Jan / 2021 às 20h32
Chupa que é de uva. Vão chorar no pé dos governadores que não baixam o ICMS. Mais uma tentativa dos esquerdopatas de atingir o governo. NÃO VÃO CONSEGUIR. Em 2018 o PT roubava a Petrobras e a gente pagava, mas agora o governo já baixou o preços na refinaria mais de três vezes, e os governadores aumentaram o ICMS. Se liguem.