O fechamento da fábrica da Ford , anunciado na última segunda-feira (11), trará aumento de desemprego para o Brasil, e agravará a situação da Bahia, onde a montadora possui fábrica na cidade de Camaçari.
De acordo com a empresa, a pandemia do novo coronavírus e perdas de crises anteriores foram os motivos que levaram a multinacional a tomar a decisão pelo fechamento das fábricas na Bahia, São Paulo e Ceará.
A Ford recebeu cerca de 20 bilhões de dólares no Brasil em incentivos fiscais desde 1999. "Pediu isenção fiscal e prometeu gerar empregos. A crise chega e simplesmente avisa o fechamento, sem compromisso com o país, com a Bahia", afirma o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), eng. agrimensor Joseval Carqueija.
O fechamento trará grandes prejuízos para o Estado, em um momento que a engenharia já enfrenta perdas em diversos segmentos. "É preocupante, pois já estamos sofrendo com perda de postos de trabalho, profissionais sem perspectivas de emprego. Enquanto estamos pensando em ampliar e buscar alternativas para geração de emprego e renda para a Bahia, somos surpreendidos com o fechamento de uma fábrica que emprega tantos profissionais", pondera o presidente.
Carqueija destaca ainda que a Ford gera atividades econômicas, desde emprego aos profissionais das engenharias a fornecedores, prestadores de serviço, além de empresas que dão suporte a operação. São cerca de cinco mil pessoas que atuam em todo Brasil, "é um prejuízo incalculável", afirma.
O presidente, que tomou posse no Crea-BA no último dia 04 de janeiro, já havia sinalizado que a gestão atual trabalharia junto aos legisladores tanto no âmbito estadual, quanto em Brasília, para defender a soberania da engenharia, "agora, mais do que nunca, é urgente pensarmos em soluções para gerarmos emprego para os nossos profissionais. É necessário o envolvimento de todos neste processo".
Ele finaliza afirmando que, "enquanto o país não tiver tecnologia de ponta para ser competitivo na indústria automática, sofrerá com a falta de soberania".
Ascom Crea Ba
1 comentário
12 de Jan / 2021 às 22h58
A lei não garantiu aos Estados e municípios a autonomia sobre as causas da covid, então por que não manteve as grandes empresas abertas com circulação de serviços multuos com outra fábricas, sendo de forma de rodízio de mão de obra. Assim diminuiria uma parcela da crise. E não culpar só o presidente.pensem direitinho o que a politicagem causou.