Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) realizou a primeira videoconferência mensal do ano de 2021. A reunião, que tem o objetivo de discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco, contou com representantes de órgãos do Governo, de entidades, irrigantes, bem como usuários.
O superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, abriu a reunião apresentando dados sobre as chuvas nos últimos anos. Segundo ele, desde 2012 a bacia do São Francisco vem enfrentando, ano após ano, valores de precipitações abaixo das médias históricas, o que tem resultado em uma redução significativa das vazões afluentes nos reservatórios das hidrelétricas ali localizadas.
A primeira apresentação foi realizada pelo técnico do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) que mostrou por meio de gráficos o balanço dos últimos 30 dias. Na região da cabeceira choveu abaixo da média. A previsão média de vazão para os próximos 10 dias deverá aumentar, chegando a 863 m³/s, em Três Marias (MG).
A representante do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luana Gomes, trouxe a avaliação das condições hidrológicas e de armazenamento na bacia do rio São Francisco. Os pontos apresentados foram sobre as usinas hidrelétricas da bacia do rio São Francisco, a operação dos principais reservatórios, previsão das condições hidrológicas e perspectivas para a operação da bacia do rio São Francisco até o final de janeiro de 2021.
Segundo os dados apresentados, o reservatório da UHE Três Marias e da UHE Sobradinho estão, atualmente, com armazenamento verificado abaixo dos 60% de volume útil, posicionando-se na faixa de operação “Em Atenção”. Nessa faixa de operação, há restrições de defluências máximas médias mensais. Em Sobradinho, as defluências médias consideram os usos consuntivos mais evaporação da água no trecho Sobradinho-Xingó, visando o armazenamento de Itaparica em valor maior ou igual a 30%. No horizonte das simulações, além de atender à política da UHE Xingó, considerou-se as defluências médias da UHE Sobradinho de 1.030 m³/s de 01/01/2021 a 01/03/2021.
Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, é importante ressaltar que, do ponto de vista do sistema São Francisco, tudo está transcorrendo como foi planejado e conquistado desde 2013.
“Efetivamente o que nos preocupa agora é a partir de janeiro. Conforme o desempenho nesse período úmido iremos ficar atentos em relação à interação com os outros subsistemas, principalmente do Sul, Sudeste e Centro-Oeste que se encontram em uma situação crítica. Não sei como se comportaram no período úmido, mas para nós passou a ser cada vez mais interessante e necessário não só o olhar dentro da nossa bacia, mas sobretudo a relação. A gente não pode trazer para a bacia do São Francisco os problemas que se desenrolaram durante a crise. Vou aguardar a análise da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico para poder me manifestar”, disse.
A próxima reunião está marcada para o dia 02 de fevereiro às 9h30. Esta videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF) e é transmitida para os estados da bacia. Desta reunião participam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros.
Ascom CHBSF
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