A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) participou na semana passada da live, organizado pelo Hortifrúti Brasil/Cepea sobre os “Impactos da pandemia nas exportações brasileiras de frutas”.
Apesar dos temores iniciais por conta da pandemia causada pelo Covid 19, como interrupções de cadeias, fechamento de espaço aéreo e outros, a pesquisadora do Cepea, Margarete Boteon, afirma que o setor no ano de 2020 teve saldo positivo frente à este cenário mundial e fecha o ano com boas perspectivas, porém com muitos desafios.
Segundo o presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, cuidar dos colaboradores rurais foi uma das primeiras ações tomadas pelo setor para que a fruticultura não fosse afetada. Coelho ressaltou que o setor de frutas é o que mais emprega dentro do agro, são cerca de 5 milhões de empregos, o que corresponde a 16% da mão de obra do agro.
“Sem os trabalhadores rurais, não colhemos, não embalamos, ou seja, não vamos para lugar algum. Todas as recomendações de segurança para evitar o contágio de nossos colaboradores nós colocamos em prática”, disse Coelho
Um dos entraves para as exportações de frutas ocorreram com as que rotineiramente iam por modal aéreo, como o mamão. Devido ao fechamento dos aeroportos, essas frutas que iam nos porões dos aviões de passageiros, sofreram pequeno impacto para fazer o escoamento.
Coelho conta que de janeiro a novembro deste ano o setor teve aumento de 6% em volume, ou seja, foram mais de 903 mil toneladas de frutas exportadas, em receita o aumento foi de 3%, o que faturou quase 800 milhões dólares. Só em novembro o aumento foi de 16% em volume e 23% em valor, comparados ao mesmo período que no ano anterior, o que para o setor é motivo de comemoração, pois cada vez mais estão próximos da meta do primeiro bilhão de dólares em exportação.
Ao considerar os dados parciais até novembro, Fernanda Geraldini, também pesquisadora do Cepea, falou sobre o recorde histórico de exportações de algumas culturas como manga, melancia e limão. “Em um ano de pandemia não esperávamos que poderia ser batido recordes, até poderíamos esperar um bom desempenho, mas não recordes”, disse a pesquisadora.
Geraldini falou sobre o bom desempenho da uva, apesar de não ter sido uma das culturas recordistas neste ano, ainda assim se sobressaiu comparado ao ano de 2019. “A uva não bateu recorde de exportação, porém teve grande benefício, em termos gerais da cadeia. Exportou-se muita uva no primeiro semestre, o segundo não foi tão bom, mas puderam manter um bom preço no mercado interno”, disse.
O primeiro semestre do ano foi bem mais chuvoso, segundo Geraldini, o que impactou na produção e nas exportações, principalmente no Vale do São Francisco, com incidência de antracnose, doença complicada, quando se refere a mercado externo. Como a previsão é que virão anos mais chuvosos, até mais que 2020, o setor consegue se preparar de forma mais eficaz para diminuir esses impactos.
A pesquisadora do Cepea, Marcela Balbieri falou sobre os entraves que o mamão sofreu durante este ano. Segundo ela por ser uma fruta mais perecível que necessita do embarque aéreo, as exportações caíram quase que pela metade no mês de abril e maio. Entretanto, posteriormente foi se recuperando, porém os produtores estão ainda receosos por conta da segunda onda da pandemia.
Redação redeGN com informações Abrafrutas
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