Voluntários ajudam no resgate de uma anta encontrada com as patas queimadas. Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal está reforçando o socorro aos bichos. Vários foram encontrados nos últimos dias, um sinal de que o fogo continua no Pantanal.
“Nós estamos ainda atendendo animais que, eles ao atravessar de um ponto ao outro justamente para procurar alimento e água, eles estão sendo encontrados com as patas queimadas. Não é aquela vítima no início, que era o corpo. Agora, são só as falanges, só os dedos queimados”, explica o veterinário Fernando Siqueira.
Números do Inpe indicam que este já é o mês de outubro com mais focos de queimada no Pantanal desde o início do monitoramento há 22 anos. São mais de 2.800 em 28 dias. Os focos estão concentrados no Parque Nacional e na Serra do Amolar, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde a chuva continua abaixo da média.
“Essa seca está mostrando que tem vindo em anos seguidos, então tem que chover muito mesmo para que várias lagoas, corixos, o próprio Rio Paraguai atinja o nível em que a planície volte a ficar alagada, porque essa umidade, essa água que vai contribuir também com a regeneração dessas áreas que foram atingidas pelo fogo. Então, por isso é importante também que se faça trabalho preventivo, se planeje melhor as ações para que, o ano que vem, não ocorram incêndios nessas proporções que vimos neste ano”, avalia o engenheiro florestal Vinícius Silgueiro.
Um impacto ainda sentido pela dona Aparecida Claudino, produtora rural, que está alimentando animais em Cáceres.
“Queimou tudo, não tem o que eles comerem. Então eu estou fazendo o possível e o impossível para manter os bichos vivos. Muito macaco, muitos bichos, mas com a graça de Deus eu estou já conseguindo com os amigos para me ajudar a tratar dos bichos. Morrer de fome, não pode acontecer isso. E eu não consigo falar”, conta.
Folha Press
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