Dos dados ainda recentes das pessoas infectadas pelo novo coronavírus, médicos e pesquisadores conseguem chegar a poucas conclusões. Uma delas é que um dos grupos de maior risco para a infecção é o dos idosos.
Entre esse grupo específico, o Covid-19 tem se mostrado mais grave, com maior número de complicações, com necessidade de internamento, e maior número de mortes. Dos 70 aos 79, o risco de a doença evoluir para a morte é de 8% e, entre as pessoas de 80 a 89 anos, esse proporção chega a 14,8%.
Enquanto a taxa de mortalidade entre pessoas de 10 a 39 anos infectadas pelo novo coronavírus está em 0,2%, o número cresce a 0,4% para o público de 40 a 49 anos. Na sequência, a taxa pula para 1,3% na população dos 50 aos 59 anos e 3,6% entre os 60 a 69 anos. Acima dessa idade, dos 70 aos 79, o risco de a doença evoluir para a morte é de 8% e, entre as pessoas de 80 a 89 anos, esse proporção chega a 14,8%.
"Essa é a população que deve ficar mais atenta se tiver quadro respiratório e os critérios clínicos e pneumológicos, como o contato com pessoas suspeitas. É o paciente que temos que ficar mais atentos para os sinais de gravidade, como falta de ar, cansaço importante, com esforços respiratórios, alteração nos níveis de consciência", explica Sonia Raboni, médica infectologista chefe do serviço de Infectologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Um dos motivos que levam ao maior risco do novo coronavírus entre os idosos está o fato de que, entre esse grupo, há maior prevalência de doenças crônicas associadas. Ao desenvolverem os sintomas do coronavírus, o risco de que isso possa impedir o tratamento adequado de doenças pré-existentes é grande.
"O paciente que não consegue se hidratar, que tem muito vômito ou não se alimenta, acaba gerando a descompensação da doença de base. É o paciente, por exemplo, com diabete, que estava indo bem no tratamento, mas desenvolve esse quadro [do Covid-19], e descompensa o diabete", explica a médica infectologista.
Associado a isso, a médica infectologista Marta Fragoso, dos hospitais HC/UFPR, lembra que os idosos têm, naturalmente, um sistema imunológico mais frágil que os jovens e os adultos.
"A senilidade acarreta redução das defesas, das imunidades, para toda e qualquer infecção, seja ela bacteriana, seja ela viral. O idoso perde a memória imunológica e, assim, tem maior dificuldade de enfrentar as doenças. Soma-se a isso que muitos deles chegam à terceira idade agregando várias doenças, diabéticos que têm também asma, que têm DPOC, que são tabagistas de longa data, disfunções que fragilizam ainda mais a saúde", diz.
Redação Blog com Informações HC UFPR Foto Ney Vital
1 comentário
25 de Jul / 2020 às 18h35
IDOSOS NÃO ! SEMI NOVOS !