Pandemia segue acelerando e está fora de controle na maioria dos países, alerta OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstrou preocupação com o avanço da pandemia de coronavírus a nível global nesta quinta-feira (9), durante durante a reunião dos estados membros. Segundo a organização, os casos seguem fora de controla na maioria dos países.

"Na maior parte do mundo, o vírus não está sob controle, está piorando", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante a reunião dos estados membros. "Mais de 544.000 vidas foram perdidas. A pandemia ainda está se acelerando", alertou Tedros.

Até esta quinta, mais de 11,8 milhões de casos de coronavírus foram relatados desde o início da pandemia, sendo que metade deles foram relatados somente nas últimas seis semanas, de acordo com a OMS.

"A pandemia da Covid-19 não deixou nenhum país intocado. Ela humilhou todos nós", lamentou o diretor-geral da agência.

Ainda durante a reunião, a OMS anunciou a criação de um grupo independente para analisar a evolução da pandemia e a resposta dos países contra o coronavírus. O grupo será co-presidido pela ex-Primeira Ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, e pela ex-presidente da República da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf.

Tedros demonstrou solidariedade aos profissionais da saúde em todo o mundo e lamentou as milhares de mortes na área.

"Nunca esquecerei as imagens dos profissionais de saúde que usavam máscara por tanto tempo no turno, que tinham marcas e machucados impressos no rosto, salvando vidas e arriscando suas próprias vidas. Perdemos muitos profissionais de saúde", disse.

A organização também demonstrou preocupação com as vacinas já existentes e com a falta de medicamentos nos países mais afetados pela pandemia.

"Centenas de milhões de crianças correm o risco de perder vacinas de rotina para tuberculose, pneumonia, sarampo, poliomielite, cólera, cólera, difteria e outras. Muitos países estão com poucos medicamentos para o HIV", alertou Tedros.

"A cobertura universal de saúde é essencial para nossa segurança coletiva global em saúde. A saúde para todos, que tem sido a marca registrada da OMS há mais de 70 anos, é a resposta", apontou.

O diretor-geral da OMS ainda lembrou dos refugiados, que são um dos grupos mais vulneráveis à pandemia, e lamentou que a pandemia tenha aumentado as desigualdades sociais. "A Covid-19 pode empurrá-los [os refugiado] para a beira do abismo", disse.

G1