O que mais se fala durante esses dias de pandemia do novo coronavírus são os cuidados com as pessoas que fazem parte dos grupos de risco, àqueles com mais probabilidade de serem contaminados com a Covid-19, entre eles estão os idosos, que têm a saúde mais fragilizada e devem se manter isolados.
A rotina dos idosos, que são parte do grupo de risco do novo coronavírus, mudou desde que a pandemia foi anunciada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Cada um na sua casa. A experiência de vida faz essas pessoas acreditar na ciência, nos profissionais de saúde especializados. Mesmo que aparentemente pareça nada demais dar uma saidinha, a maioria usa máscara e acredita na possibilidade da contaminação. Por isto não arriscam e ficam em casa.
Um dos exemplos de garra e força de muita vontade é de Teresinha de Jesus Gomes Sousa, 76 anos. Viúva e dona de casa desde os 7 anos trabalhou na roça para ajudar a família. Na memória traz a agricultura e cuidar do gado como a sua grande paixão. Dona Tetê nasceu no município de Monsenhor Hipólito, Piauí. Mora em Juazeiro, Bahia, desde 2016. Bastante comunicativa e carismática antes do decreto de isolamento social, era dona Tetê, como é conhecida, referência, presença certa nas rodas de conversa e abraços entre os vizinhos e nas redondezas do bairro.
A reportagem da redeGN flagrou agora que a vida e o sorriso de dona Tete é contemplada pela janela. A janela é a sua ponte de comunicação. Com a voz suave ela pergunta: e quais são as notícias meu filho. O vírus como está? A doença está aumentando ou diminuindo? Deus te Abençoe!
Dona Tetê segue rigorosamente as recomendações das autoridades sanitárias de isolamento social como forma de evitar a contaminação. No apartamento tem assistência, dedicação e amor da filha. Lígia Raquel Gomes Sousa é enfermeira e é fruto do desejo, a vitória de dona Tetê em ter uma filha que estudasse para ter uma profissão e oportunidades, qualidade de vida diferente do "destino de trabalhar na roça".
Lígia é uma demonstração de como é preciso levar em conta que há diferenças culturais que também interferem nessa situação e que conversar é a melhor saída.
"Por isto todo cuidado, amor, dedicação, diálogo. Afinal temos que compreender que não é fácil para ela e todos que estão na faixa etária desta idade ficar em casa. Mas é preciso e o único meio de não correr risco", revela Lígia.
Profissional da saúde Lígia sabe o quanto vale defender que orientações claras e informações confiáveis sobre os riscos do novo coronavírus devem ser a base dos argumentos. Ela explica que é importante fazer com que os idosos estejam cientes de que o novo coronavírus é uma doença que realmente tem a capacidade de deixá-los mais doentes.
Dona Tetê complentou mais de 60 dias sem sair de casa e tem adaptado o a rotina para preencher o tempo diário e manter a saúde física e emocional. De acordo com Lígia as longas conversas na praça do condomínio onde mora deram lugar aos breves cumprimentos através da janela e as ligações via celular, watSapp e as orações que são acompanhadas através da Televisão.
"Os exercícios de pilates antes feitos no estúdio, agora são realizadas de formas improvisadas na sala do apartamento. Leituras são diárias e as práticas de exercícios para estimular a memória, atividades de colorir e muitos jogos agora fazem parte da rotina de don Tetê", revela Ligia.
O cantor e compositor Nando Cordel, de 65 anos, disse que segue à risca três pontos principais: “se informar com profundidade, ter bom senso e se cuidar”. Confinado em Aldeia, em Camaragibe, no Grande Recife, ele disse que aproveita o maior tempo em casa para organizar novos projetos.
“Queria muito que todos seguissem as orientações das autoridades competentes de ficar em casa. Que os profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares e outros que tiverem que trabalhar, tenham todos os cuidados necessários”, declarou.
Redação redeGN
2 comentários
19 de May / 2020 às 19h36
Que exemplo viu, a Dona Tetê está de parabéns. Se reinventando nesta nova fase, em que apesar do isolamento social, consegue seguir , fazendo leituras, atividade física!!! Todos nós deveríamos nos inspirar nela, fazendo do limão a limonada.
20 de May / 2020 às 13h01
Têtê como chamamos aqui um exemplo de superação mostrando que mudanças são possíveis sim. Neste momento tão difícil de isolamento e medo consegue se manter firme e com propósito na nossa nova readptação social. Exemplo a ser seguido e que deve ser amoplamente divulgado!!!