A Bahia atinge o número máximo de contágios por dia pelo novo coronavírus no dia 21 de maio, mantidas as atuais medidas de restrições. A projeção de 4.920 casos por dia é de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, que criaram uma ferramenta para fazer simulações realistas sobre a velocidade com que leitos gerais e de UTI serão ocupados nas próximas semanas.
A mesma ferramenta prevê que os leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) começaram a faltar no dia 08 de maio. Ferramenta criada por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) permite aos gestores estaduais e de hospitais envolvidos no combate à Covid-19 fazer simulações realistas sobre a velocidade com que leitos gerais e de UTI serão ocupados nas próximas semanas.
O dispositivo pode ser acessado por qualquer pessoa e usa dados oficiais (como o número de leitos) e premissas baseadas no que ocorre no dia a dia da epidemia (como os novos casos de Covid-19). As novas informações vão ajustando o modelo matemático e aumentam a capacidade de previsão.
Na estimativa dos pesquisadores, haverá falta de leitos de UTI públicos e privados a partir da primeira quinzena de maio, isso considerando que a quantidade de infectados vem duplicando a cada 5,1 dias, o que pode mudar.
A lotação das UTIs duraria mais de dois meses no SUS (onde a maior parte da população é atendida) e cerca de um mês no sistema particular. Em ambos, o tempo de internação de pacientes de Covid-19 vem variando de 15 a 21 dias.
De forma geral, estima-se a falta de leitos de UTI duas semanas antes para a população dependente do SUS em relação aos usuários de plano de saúde.
Já a ausência de leitos gerais poderá ocorrer na segunda quinzena de maio. A duração desse déficit seria de em torno de duas a três semanas, pois os pacientes ocupam esse tipo de leito por menos tempo.
A equipe tem trabalhado ainda para estimar as necessidades de leitos de UTI públicos e privados separadamente, dada a decisão do STF de não intervir na criação de uma "fila única" de pacientes, por gravidade, como estão propondo algumas entidades de sanitaristas.
A ferramenta considera o percentual de pessoas que têm apresentado sintomas que as levam a algum tipo de internação, a velocidade de propagação do vírus, a taxa de ocupação das UTIs antes do início da epidemia e o perfil ajustado, por estado, de idosos com 65 anos ou mais.
Ela permite ainda que, depois de baixada em planilha Excel, o usuário possa fazer as suas próprias simulações ou mudar os critérios adotados inicialmente, como o percentual de pessoas afetadas à medida que a epidemia evolui.
"O objetivo é propor um modelo matemático para previsão da disponibilidade de leitos durante a pandemia e calcular os momentos de ruptura dos sistemas. As premissas podem ser mudadas e validadas pelos gestores e profissionais da saúde", diz João Flávio de Freitas Almeida, professor adjunto do Departamento de Engenharia de Produção da UFMG.
A ferramenta está disponível no site do Laboratório de Tecnologias de Apoio à Decisão em Saúde (Labdec) e traz todas as notas técnicas e critérios adotados pelo Departamento de Engenharia de Produção e pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon), órgão de ensino e pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG.
Redação redeGn com Informações nescon medicina mg
1 comentário
10 de Apr / 2020 às 11h29
Fica a sugestão para empresários e comerciantes de Petrolina, Juazeiro e região comprarem máscaras de tecido para distribuir para a população, se todo mundo ou quase todo mundo usa, diminui a chance de contágio, consequentemente os hospitais não são muito requisitados e diminui a necessidade de isolamento radical o que permite que os negócios possam operar.