A época é de colheita no campo e os pequenos produtores assentados no Perímetro Irrigado de Maniçoba, zona rural de Juazeiro (BA), não pararam suas produções mesmo com a proliferação de casos do coronavírus no estado.
No entanto, a maioria segue produzindo conforme às orientações do Ministério da Saúde, reforçadas pela Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do Distrito de Irrigação de Maniçoba (DIM), para evitar contágio do (covid-19).
A Ater desenvolve ações que visam atender às necessidades dos produtores. É o setor do DIM que está mais próximo ao agricultor e por essa razão, a equipe adotou medidas junto com a gerência executiva do Distrito para evitar o contágio do coronavírus no campo. O atendimento presencial no escritório da Ater foi suspenso temporariamente, só serão resolvidos casos emergências. A assistência irá fazer o acompanhamento em campo, quando solicitado pelos colonos.
Durante as visitas nos lotes dos agricultores a Ater está repassando medidas como: lavar as mãos corretamente com água e sabão, evitar a proximidade dentro das plantações, não colocar a mão na boca, olho e nariz, higienizar as roupas usadas durante o trabalho e outras ações. Como a orientação é distanciamento social, a assistência está se apropriando dos meios de comunicação, através de rádio comunitária, a Liberdade FM, para propagar informações sobre a prevenção do coronavírus. Outra alternativa é o aplicativo de conversa ‘whatsapp’. A equipe mantém um grupo com agricultores e atualmente está aproveitando o espaço digital para intensificar as medidas de prevenção. Ainda nesse meio digital, são feitas publicações no Instagram para alertar o produtor e demais público.
De acordo com o coordenador da Ater, Marcelino Ferreira, esse é um momento de alerta, e buscar soluções. Uma das alternativas é encontrar fornecedores para o escoamento dos produtos. “A produção continua. O produtor está sentindo dificuldades nas vendas, porque o mercado deu uma freada, mas é levantar a cabeça e manter a produção, tomando todos os cuidados de prevenção e com a consciência da gravidade desse vírus de fácil propagação. A agricultura familiar é uma ferramenta importante para o desenvolvimento do nosso país e não podemos parar”, pontuou.
O produtor rural, Bertolino Alves, cultiva coco, manga, limão e maracujá. O colono está ciente em relação aos impactos que a pandemia pode causar e acredita que essa fase irá passar. “Tenho coco e limão para colher e a dificuldade é escoar a produção. Tinha uma pessoa fixa para vender o limão na cidade, mas devido ao fechamento de feiras e mercados livres a venda caiu. Mas, agora esses comércios voltaram a funcionar e isso nos deixa mais otimista”, disse.
Ainda de acordo com produtor, tem coco pronto para retirar e vender e não sabe se achará fornecedores. “Vou procurar alternativas para contornar esse cenário. Se não achar compradores, vou vender nas feiras, não posso é perder a produção”, pontuou. O colono também destacou a importância da Ater nesse período. “Sempre tive acompanhamento da assistência técnica, agora, procuro orientações por telefone. Mas, a Ater vem fazendo um papel importante que é levar informações de prevenção e cuidado aos demais agricultores”.
Foco na prevenção
Conforme, o Gerente Executivo do Dim, Valter Matias, a preocupação da instituição é garantir o acesso a água aos produtores, assegurando que a produção de alimentos não seja afetada, e sobretudo sem colocar em risco a saúde e bem-estar do homem do campo.
O município de Juazeiro publicou o decreto 241/2020 informando que a cidade está em estado de emergência devido a proliferação da pandemia do coronavírus e casos de H1N1 e desde então o Dim vem adotando medidas para evitar o contágio, sem comprometer o funcionamento da instituição. De imediato, os colaboradores de cada setor receberam orientações de prevenção.
As pessoas que fazem parte do grupo de risco, com idade acima dos 60 anos, foram liberadas temporariamente para o isolamento social. Além disso, todos os colaboradores ganharam álcool gel para higienização das mãos. Cartazes com informações de prevenção foram colocados no Dim. E, para evitar aglomeração no escritório, os leituristas estão sendo liberados assim que acabam o serviço. Essas são ações diárias que visam combater a proliferação do covid-19 e outras doenças infecciosas.
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