Por medida de precaução e em respeito à saúde pública, como forma de evitar a propagação do coronavírus, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae) suspendeu a realização do 20º Grito da Água marcado para o próximo dia 20.
Trata-se de uma tradicional caminhada que arrasta milhares de pessoas entre o Campo Grande e a Praça Castro Alves. É a maior manifestação de rua que se realiza no Brasil, todos os anos, para celebrar o Dia Mundial da Água (22 de março).
O Sindae solicita a compreensão de todas as entidades parceiras e que estavam dispostas a fazer do 20º Grito o maior de todos. A decisão segue o que vem sendo preconizado pelas autoridades sanitárias, no sentido de se evitar aglomeração de pessoas nesse período de pandemia.
Manteremos o foco de aproveitar a passagem do Dia Mundial da Água para promover o debate sobre o caráter essencial da água para a vida das pessoas, por isso mesmo a necessidade de mantê-la sob gestão pública (e não sob gestão privada, que persegue o lucro), além de alertar para a poluição e degradação dos mananciais hídricos, o desperdício e as mais diferentes formas de agressão ao meio ambiente, provocando mudanças climáticas bruscas e causando sucessivas tragédias, com muitas mortes, colocando em risco a vida no planeta.
O Grito da Água é, ao mesmo tempo, o espaço para cobrar das autoridades uma gestão eficiente dos recursos hídricos, e sempre voltada para o interesse público. É nele onde, ano após ano, denunciamos a permanente vontade de gestores públicos pela privatização da água, transformando-a num instrumento de lucro em detrimento da saúde e da vida.
O Sindae reafirma sua defesa pelo saneamento público, universal e sob controle social, ao tempo em que manifesta preocupação com os conflitos em torno da água, como já ocorrem em rios da Bahia, a grilagem de terras no Oeste, o descontrole nas outorgas de água e o uso intensivo de agrotóxicos. Também conclama a sociedade a lutar contra o Projeto de Lei 4162 que tramita no Senado e visa privatizar o saneamento, bem como para barrar as propostas de abertura do capital da Embasa e de parcerias público-privadas no setor.
Ascom Sidae Foto: Arquivo
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