No mesmo período em que o Brasil confirmou o primeiro caso do novo coronavírus, a dengue, um velho conhecido dos brasileiros, deu sinais de que vai infectar ainda mais pessoas este ano.
O boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde, com dados sobre a dengue, aponta que o número de casos prováveis da doença — aqueles que são notificados à pasta pelos entes federativos - cresceu 19% nas cinco primeiras semanas do ano em comparação com o mesmo período de 2019. Foram notificados 94.149 casos prováveis até a quinta semana do ano. No mesmo período de 2019, foram 79.131.
Conforme noticiou o G1, início de 2020, há a confirmação de que pelo menos 14 pessoas morreram por dengue no país. A comparação de óbitos com 2019 ainda é incerta, já que os números ainda podem mudar bastante conforme chegam os resultados de análises laboratoriais e à medida que os Estados e municípios enviam seus informes ao ministério. Os dados do boletim atual, por exemplo, ainda não computam os casos e as mortes registrados a nível local em fevereiro.
Mas o Ministério já trabalha com um cenário de aumento de casos de dengue para este ano, e alguns municípios e Estados pelo país decretaram alerta para uma epidemia de dengue — que é definida quando há uma taxa de 300 casos confirmados de doença para cada 100 mil habitantes.
Hoje, o país tem em média uma incidência de 44,8 casos prováveis para cada 100 mil habitantes, valor que também é maior do que o registrado no boletim de mesmo período do ano passado (26,3 casos por 100 mil; a comparação entre boletins de diferentes anos deve ser feita com cautela, já que há muitas alterações e atualizações de números depois que eles são publicados).
A situação varia drasticamente dentro do país, e três Estados já dispararam com mais de 200 casos por 100 mil habitantes: Acre (taxa de 281,65/100 mil); Mato Grosso do Sul (249,98/100 mil) e Paraná (220,75/100 mil).
No entanto, a tendência de alta da dengue neste ano só poderá ser confirmada nos próximos meses — historicamente, o número de doentes cresce a partir de março. Especialistas e representantes de governos apontam que a alta da doença se deve a uma combinação de fatores: um novo ciclo poderoso de circulação do sorotipo 2, condições meteorológicas particulares nos últimos meses e fatores culturais e comportamentais da população.
Agência Brasil
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