O Brasil aprovou o registro de 474 agrotóxicos em 2019, maior número documentado pelo Ministério da Agricultura, que divulga esses dados desde 2005. É um volume 5,5% maior do que o de 2018, quando foram liberados 449 pesticidas — um recorde até então. Os registros vêm crescendo no país desde 2016.
A utilização de agrotóxicos é uma das causas de contaminação dos rios no Brasil, perdendo apenas para o esgoto doméstico, segundo dados do IBGE. Considerando que a agricultura é o setor que mais consome água doce no Brasil, cerca de 70%, segundo o Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pode-se dizer que além de sérios problemas para a saúde, os agrotóxicos também se transformaram em um grave problema ambiental no país.
De acordo com o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Estadual de Campinas, Mohamed Habib, “hoje o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo”. Atualmente no Brasil pode-se dizer que mais de 99% dos agrotóxicos vão para os rios, para o solo, para o ar e para a água subterrânea”, afirma Habib.
Para o especialista em instrumentação ambiental e hidrológica, Mauro Banderali, “Embora a disponibilidade de água no Brasil seja imensa, é preciso garantir sua qualidade para as gerações futuras. Por isso, ao detectar o aparecimento de resíduos de agrotóxicos nas reservas de água subterrânea e superficial, é necessário tomar medidas para evitar o agravamento do problema. Quando a água é contaminada por defensivos agrícolas, sua detecção e descontaminação é mais difícil e custosa. De modo geral, esses químicos raramente são analisados ou removidos das águas, tornando-se uma ameaça à saúde de todos que a ingerem, particularmente para substâncias cumulativas”.
A água poluída com agrotóxicos irá prejudicar diretamente a fauna e a flora aquática. “A contaminação das águas pelos agrotóxicos tem efeito direto nos seres vivos que vivem na água, a biota de um modo geral. Se o veneno que chega nas águas for o herbicida, o efeito é direto e pode, por exemplo, matar as plantas aquáticas. Se o rio for contaminado por um veneno que mata animais, pode ocorrer a morte de algumas espécies de peixes menores”, explica o professor.
Além dos efeitos diretos, o carregamento de agrotóxicos pelos rios e lagos, também traz alguns efeitos indiretos para a biota aquática e para a saúde humana. “Alguns peixes armazenam os agrotóxicos no tecido adiposo e por isso, não sofrem danos diretamente. No entanto, quando nós compramos esse peixe contaminado com veneno e o ingerimos, algumas pessoas podem passar mal e sofrer algum tipo de intoxicação (envenenamento). Tem muita gente que compra peixes pequenos para dar para seu gato de estimação e o animal chega até a morrer”, alerta Habib.
Segundo o especialista em instrumentação ambiental, Mauro Banderali, é preciso conhecer a qualidade das águas nas regiões influenciadas pela agricultura. “Uma das maneiras de avaliar os impactos dos defensivos agrícolas nos recursos hídricos consiste no monitoramento desses resíduos. Atualmente, já existem tecnologias que monitoram e mensuram parâmetros físico-químicos na água e são aplicados no monitoramento geral da sua qualidade, porém moléculas químicas específicas, se faz necessário o apoio de laboratórios especializados para sua detecção.
Para Mohamed, o Brasil é um país sem conscientização do problema em relação aos demais. “Estamos falando de países com uma situação melhor que a nossa: Europa, América do Norte e alguns países asiáticos como o Japão. Esses países têm consumidores muito mais conscientes em relação à utilização de agrotóxicos que cobram essa postura de seus governos. Portanto, os governos também são mais conscientes, não formam lobbys como no Brasil. O setor industrial também é mais consciente, não é como o Brasil que faz de conta que não está acontecendo nada e continua abusando da utilização dos agrotóxicos”, comenta o professor.
Redação Blog com informaçãoes ONG Verde
7 comentários
30 de Dec / 2019 às 21h42
Respiramos agrotóxico no vale do São Francisco!! As fazendas aqui trabalham com produtos com e sem registro aumentando a contaminação do solo, ar e água causando vários problemas de saúde inclusive cancer!! Se a polícia federal for nas fazendas vai fechar um monte!!
30 de Dec / 2019 às 22h35
Desde 2016 há liberação de agrotóxicos, pesticidas e herbicidas, só que agora, no atual governo, Não há propinagem. Além disso a lista está sendo analisada por especialistas.
31 de Dec / 2019 às 11h38
Essas notícias alarmistas, sem fonte de origem confiável, são mais ideológicas que técnicas. Segundo, todas essas notícias explodem agora,neste governo, e nos últimos vinte anos, não se usaram defensivos agrícolas? Acorda,cai na real,vai atrás de informação seria e consistente.
31 de Dec / 2019 às 14h12
Não sei sua formação, mas este documento é sem fundamento, equivocado e com dados sem estatistica. Convidamos vc a conhecer a associação dos Agrônomos de Cascavel e podemos discutir melhor o assunto, que tem equívocos absurdos. Vocês estão sendo enganados com relação ao assuntos. Sem defensivos e controle de pragas e doenças morreremos de fome.
31 de Dec / 2019 às 14h13
Não sei sua formação, mas este documento é sem fundamento, equivocado e com dados sem estatistica. Convidamos vc a conhecer a associação dos Agrônomos de Cascavel e podemos discutir melhor o assunto, que tem equívocos absurdos. Vocês estão sendo enganados com relação ao assuntos. Sem defensivos e controle de pragas e doenças morreremos de fome.
31 de Dec / 2019 às 15h00
O ... do Fernand sempre defendendo o indefensável. Já esta um nojo laranja podre. Kkkkkkk
31 de Dec / 2019 às 23h02
Chuuuuuupppaaaaa Arão Fake. Vem aí a reeleição. Podre é quem enganou o povo da Paraíba.