Duas realidades opostas se chocam ao expressar as emoções de 2019 para o Flamengo. De um lado, o time avassalador que investiu mais de 200 milhões de reais em reforços pode se sagrar campeão brasileiro, Libertadores e vice campeão do Mundial Interclubes e, com os cofres turbinados por premiações, bater o recorde de faturamento em sua história. Do outro, a instituição abalada pelas repercussões do incêndio que matou 10 jovens em seu centro de treinamento, no início de fevereiro. Apesar do sucesso da equipe de Jorge Jesus, Gabigol e companhia, a sombra da tragédia não se descola da imagem do clube nem da cúpula rubro-negra.
No dia 05 dezembro a Justiça do Rio de Janeiro determinou que o Clube de Regatas do Flamengo pagar pensão mensal de R$ 10 mil a cada uma das famílias dos dez jovens mortos no incêndio ocorrido no Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, em fevereiro deste ano. A decisão liminar – provisória – atende a pedido da Defensoria Pública (DPRJ) e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), em processo em curso na 1ª Vara Cível da Barra da Tijuca.
O impasse com as famílias se encaminhar para uma longa batalha nos tribunais. A maioria dos pais e responsáveis que não entraram em acordo com o clube aguarda a conclusão do inquérito para dar seguimento aos processos na Justiça. A primeira versão liberada pela Polícia Civil determinava o indiciamento de oito pessoas por homicídio doloso (quando se assume o risco de matar), incluindo dois engenheiros do Flamengo e o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello.
"A decisão é extremamente importante pois assegura às famílias dos meninos mortos um valor provisório para sua manutenção financeira, até que haja o pagamento das indenizações devidas pelo clube", afirmou Cintia Guedes, defensora pública e coordenadora cível da DPRJ. Além dos familiares dos jovens, o Flamengo também terá que incluir na folha de pagamento do clube outros três atletas feridos no acidente. De acordo com a decisão, o clube também terá de pagar os valores referentes aos meses já decorridos desde o incêndio.
El Pais e G1
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