Inovação, tecnologias, difusão da produção de pesquisas cientifica e ampliação das políticas públicas para a ciência no semiárido brasileiro foram temas discutidos, na última quarta-feira (30), na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus III, na Etapa Regional nos Macroterritórios de Identidade, da IV Conferencia Estadual da Ciência e Tecnologia. O evento, sediado pelo Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) e Departamento de Ciências Humanas (DCH), contou com a presença de representantes do setor público, empresas, sociedade civil, alunos e pesquisadores.
As temáticas foram discutidas em grupos separados, com o objetivo de propor a nova política para ciência e tecnologia da Bahia e estimular a criação de novas ideias a respeito do desenvolvimento do território do sertão do São Francisco junto aos demais macroterritórios baianos. Para Karine Hojo Rebouças, professora e coordenadora do Instituto Federal de Senhor do Bonfim, na conferência estadual, "teremos muito o que discutir e agregar com a nossa região. Nós temos que pensar no território inteiro, nós temos que pensar em melhorar os macro e microterritórios, principalmente o sertão que é tão rico e a gente não utiliza todas as riquezas que o sertão nos propõe e nos devolve".
Entre as propostas discutidas sobre a política para ciência e tecnologia, os participantes propuseram a criação do Parque Tecnológico do Sertão para estimular a geração de conhecimento, difusão e práticas inovadoras. "Acho que é necessário nos comprometermos em criar um espaço ecológico e tecnológico no qual os alunos participem e tenham residências e a partir daí tenha atendimento ao público, e sendo assim a gente consegue aliar o ensino, que os alunos vão para lá desenvolver o que aprenderam, a pesquisa e a extensão, educando o pessoal do campo, os agricultores familiares".
Alunos, professores e a comunidade civil tiveram a oportunidade de debater e contemplar as propostas que foram debatidas na plenária e o futuro da pesquisa científica e caminhos para se fazer uma divulgação mais abrangente.
Jônatas Pereira, estudante de Jornalismo da UNEB, Campus III, e bolsista de iniciação científica, considera que a etapa regional da conferência, "foi um momento importante para pensarmos as transformações pelas quais estamos vivenciando e de que maneira podemos aqui na região fazermos uso dessas novas tecnologias e inovação. É mais do que isso, como encontrar maneiras de tornar viável a divulgação da ciência, tornar públicas as pesquisas feitas na universidade, aproximá-las da população". Ele também destaca que outro aspecto importante é conhecer as tecnologias desenvolvidas no Sertão do São Francisco pelos agricultores, produtores rurais e quais políticas públicas necessárias para o desenvolvimento do nosso território.
Carlos Cointeiro, gerente regional do SEBRAE Juazeiro, ressalta que é importante que setor público e privado, sociedade civil e universidades possam pensar em incorporar a inovação como possibilidades para solucionar demandas locais e para isso as instituições de ensino têm um papel relevante, pois produzem conhecimentos e precisam levar isso para as comunidades.
As plenárias regionais vêm acontecendo desde o dia 22 a 31 de outubro, nas quais foram escolhidos delegados como representantes de cada macroterritório para IV Conferência Estadual de Ciência e Tecnologia em Salvador, nos dias 5 e 6 de dezembro deste ano. A participação de todos os segmentos da sociedade é imprescindível para a discussão do futuro tecnológico do sertão brasileiro rumo à sociedade 5.0.
Jéssica Cardoso, da Agência MultiCiência
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