No último dia 17, o Blog replicou reportagem da Rede Brasil Atual acusando de "Irresponsabilidade da CTNBio ter produzido ‘super mosquito’ da dengue. Segundo a reportagem estudo apontou que cruzamento entre Aedes comum e transgênico, no interior da Bahia, Jacobina e Juazeiro resultou em um híbrido que pode ser mais nocivo à saúde e ao ambiente (Veja aqui).
Nesta segunda-feira (23), a assessoria de imprensa da Oxitec enviou material que contém informações relevantes sobre o experimento realizado pela Oxitec em Jacobina (BA) e seus desdobramentos.
Esclarecimento ao Blog do Geraldo José
Prezado Geraldo José,
Em relação à reportagem "REPORTAGEM NACIONAL ACUSA QUE PRODUÇÃO DO SUPER MOSQUITO DA DENGUE DESPREZOU NORMAS DE SEGURANÇA E COLOCA POPULAÇÃO DE JUAZEIRO E JACOBINA EM RISCO", de 17 de setembro de 2019, gostaríamos de ter a oportunidade de esclarecer alguns fatos:
O estudo de Jacobina, em 2013, teve como objetivo gerar dados sobre a segurança e a eficácia do OX513A e obter dados para a aprovação comercial junto à CTNBio. O foco não era o controle populacional dos mosquitos selvagens.
Mesmo assim, o projeto conduzido na cidade brasileira de Jacobina-BA, em 2013, foi bem-sucedido. Mosquitos OX513A foram liberados durante 117 semanas e resultaram na supressão contínua das populações de Aedes aegypti nas áreas tratadas, totalizando uma redução de 94% na população de mosquitos, durante o experimento.
Como previsto, os resultados demonstram que a técnica requer uma liberação contínua nas áreas tratadas. A linhagem OX513 desaparece do ambiente algumas semanas após a interrupção das liberações. Funciona como um inseticida, mas com um processo biológico: enquanto você aplica, vê o efeito. Se parar de usar, os mosquitos voltam. Além disso, o efeito de supressão populacional não é imediato: é preciso liberar continuamente por aproximadamente um ano para que se possa começar a controlar a população.
Os resultados apresentados em Jacobina foram exatamente os esperados. Essa informação estava presente no dossiê regulatório apresentado pela Oxitec e aprovado pela CTNBio, em 2014:
"A penetrância do fenótipo letal do transgene foi avaliada em híbridos F1 entre machos homozigotos OX513A e fêmeas de Cayman. Os ovos de cruzamentos de machos homozigotos OX513A com fêmeas do tipo selvagem de Cayman, e de OX513A autocruzados (cruzamentos de controle) foram criados na presença e na ausência de tetraciclina e o número de adultos resultantes avaliado. Na ausência de tetraciclina, foi observada mortalidade de 96,5% (IC 95% = 95,1 – 97,6%) de heterozigotos (n = 913)..." - ou seja - já se sabia que existiria cerca de 5% de sobrevivência. A CTNBio julgou seguro esse índice, já que os 5% não causam nenhum efeito adverso e desaparecem do ambiente em algumas semanas.
O grupo editorial Nature emitiu, no dia 17 de setembro de 2019, um aviso de isenção relacionado ao artigo citado na reportagem, afirmando que os editores estão revendo o artigo. Isso foi feito à luz das preocupações levantadas sobre integridade científica, da não divulgação de potenciais conflitos de interesse e de declarações prejudiciais e enganosas contrárias às evidências.
Os mosquitos transgênicos não criam mosquitos mais resistentes – é exatamente o contrário: o próprio artigo da Scientific Reports, assim como outros publicados à época, mostraram que a linhagem OX513 desaparece do ambiente algumas semanas após a interrupção das liberações, como esperado.
Foram 14 anos de pesquisas antes do ensaio de campo em Jacobina. No local, foram 36 semanas de estudos antes da liberação dos mosquitos. Sendo assim, é um equívoco afirmar que a liberação foi precipitada - principalmente se a afirmação vier de concorrentes, com interesses comerciais contra o estudo.
Mais informações em https://www.oxitec.com/our-technology.
Esperamos ter esclarecido todas as dúvidas referentes ao estudo e nos colocamos à disposição para mais informações sobre o nosso produto, por meio de nossa assessoria de imprensa no Brasil.
Atenciosamente,
Oxitec
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