O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, atendeu nesta quinta-feira, 1º, a um pedido do PDT e proibiu a destruição de provas colhidas com hackers presos pela Polícia Federal no mês passado, no âmbito da Operação Spoofing, que investiga a invasão de telefones e obtenção de dados de autoridades.
Em sua decisão, Fux apontou que há "fundado receio de que a dissipação de provas possa frustrar a efetividade da prestação jurisdicional". O ministro também determinou que lhe seja enviada uma cópia do interior teor do inquérito relativo à Operação Spoofing, incluindo as provas já colhidas.
"A formação do convencimento do plenário desta Corte quanto à licitude dos meios para a obtenção desses elementos de prova exige a adequada valoração de todo o seu conjunto. Somente após o exercício aprofundado da cognição pelo colegiado será eventualmente possível a inutilização da prova por decisão judicial", observou Fux, em sua decisão.
Ao acionar o Supremo, o PDT ressaltou uma nota oficial do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, uma das autoridades hackeadas, que afirmava que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, lhe havia informado que o material obtido com os hackers "vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém".
Reação
A hipótese de destruição das mensagens levantada por Moro gerou reação de ministros do Supremo. O ministro Marco Aurélio Mello disse que órgão administrativo não poderia ordenar destruição de material. "Isso aí é prova de qualquer forma. Tem de marchar com muita cautela", disse na semana passada.
Dois outros ministros questionaram reservadamente também o fato de Moro ter acesso ao inquérito, quando apenas o juiz e o delegado deveriam ter conhecimento do conteúdo. Para eles, não era responsabilidade do ministro da Justiça entrar em contato com as autoridades que tiveram o telefone invadido.
Alvos
O jornal O Estado de S. Paulo informou nesta quinta-feira que o senador Cid Gomes (PDT-CE) também foi alvo de Walter Delgatti, apontado pela Polícia Federal como chefe do esquema dos hackers que tentou ou acessou centenas de mensagens trocadas pelo Telegram por autoridades, entre elas o presidente Jair Bolsonaro.
A reportagem apurou que o hacker detinha em seu poder os números de telefone de parte da cúpula do governo Bolsonaro - entre eles o do general Ramos, que acabou de ser nomeado ministro para Secretaria de Governo, e do vice-presidente Hamilton Mourão, além do general Augusto Heleno (GSI).
Estadão Conteúdo
3 comentários
02 de Aug / 2019 às 01h33
Moro não pode destruir provas de crimes. Moro na cadeia.
02 de Aug / 2019 às 07h14
Meu caro comentarista estelionatário, vou explicar: Moro disse que iria destruir as mensagens justamente para que houvesse essa reação. Agora as mensagens são de conhecimento de um ministro do STF, e não podem ser contestadas, entendeu? Outra: Vocês comedores de capim acham que O MITO não recorreu da decisão da corte comunista de tachar Adélio estaqueador do PSOL como doido porquê? Se recorresse O MITO ganhava, mas um ano depois Adélio estaria solto. Como doido vai passar a vida no manicômio judiciário, entendeu? Ou quer que desenhe?
02 de Aug / 2019 às 10h04
Brasil e o seu povo com políticos de estimação. Tudo como antes neste quartel de analfabetos políticos, puxa-saco, e especialistas em explicar o inexplicável. Direita e esquerda tentando camuflar corrupção e defender os abjetos autores dos mais sujos e escusos interesses pessoais. E nós ( o povo humilde e trabalhador) a esperar o filé mignon, enquanto comemos carne de terceira. "Brasil acima de tudo e que Deus nos proteja"!!!!!!