A Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (SEDES) promoveu na quinta-feira, 25, no Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM) uma roda de conversas com mulheres de diversos segmentos da sociedade, dentro da programação do ‘Julho das Pretas”, realizada pelo terceiro ano consecutivo no município. Tendo como tema central ‘A vivência das pretas’, as participantes contaram suas experiências com racismo e as conquistas alcançadas em suas áreas de atuação. A atividade lembrou também o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, comemorado neste dia.
O objetivo principal das atividades desenvolvidas ao longo de todo o mês é fortalecer o movimento de mulheres negras no município debatendo o perfil, as problemáticas e prioridades da mulher negra. A superintendente de Políticas Sociais, Gorete Castro, falou sobre a importância de atividades como esta. “É muito bom ver tantas mulheres empoderadas juntas, isso nos fortalece para continuarmos nesse caminho de avanços”, afirmou.
O encontro contou com a participação de profissionais que atuam com educação, futebol, jornalismo e movimentos sociais. Para a professora Donária Cardoso espaços como este fazem as mulheres acreditarem nos seus sonhos e em um mundo com menos preconceito. “O importante é estar de pé e acreditar independente do que aconteça. Queremos que um dia não seja mais preciso existir o 25/07 ou o 20/11. Que não precisemos sentar e ouvir as mulheres negras, mas simplesmente, as mulheres. Talvez, não iremos viver esse tempo, mas não podemos nos calar, precisamos continuar lutando e ocupando espaços como este”, disse emocionada.
A jornalista Yonara Thaise ressaltou a importância de ouvir outras mulheres. “Desde que nascemos vivenciamos o racismo, mesmo sem percebê-lo. Eu só na universidade aprendi a lidar com isso. Hoje tenho possibilidade de dar voz a outras mulheres. E meu desafio agora, como mãe de uma menina negra como eu, é empoderá-la e levantar essa bandeira do combate ao racismo”, destacou.
A presidente do Conselho da Mulher, Katússia Almeida, relatou experiências vividas em sua infância. “Nasci em uma religião de matriz africana e isso foi desde cedo um grande desafio pra mim. O maior preconceito sempre foi dos adultos. As crianças na escola brincavam comigo escondidas para que suas mães não soubessem, e sempre sofri com isso. A sociedade nos cobra um padrão, mas precisamos entender que o padrão é o que queremos e o que nos faz bem”, disse.
As demais participantes foram a jogadora de futebol Larissa Medrado, a estudante Renata Araújo, a coordenadora regional de educação do MST Socorro Varela e a assistente social Andreia da Paz. Além da roda de conversa, a atividade contou com uma apresentação de maculelê com crianças dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do CRAS do bairro João Paulo II e a professora Eliane Alves, a mestre Tartaruga.
Fabiana Diniz/SEDES
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