A troca de experiências sobre a gestão compartilhada dos sistemas de dessalinização, além das palestras sobre mobilização social, operação dos equipamentos e sustentabilidade do Programa Água Doce (PAD) encerraram o último dia do IV Encontro Estadual do Programa Água Doce, realizado na capital baiana durante 20 e 21 de maio. Com o objetivo de garantir o sucesso no funcionamento dos sistemas de dessalinização de água para uso da população do semiárido baiano, a programação contou com a participação de gestores municipais, operadores dos dessalinizadores, agentes comunitários e mobilizadores sociais.
Conforme a coordenadora do PAD Bahia, Luciana Santa Rita, o acordo de gestão compartilhada é um documento elaborado e aprovado pela comunidade, contendo as regras que irão orientar os direitos e os deveres de todas as pessoas a serem beneficiadas pela água de boa qualidade, produzida pelos sistemas de dessalinização instalados pelo PAD. "O termo de compromisso, assinado pela comunidade e pelos órgãos que o apóiam define os responsáveis em cuidar do dessalinizador e da Unidade Demonstrativa e objetiva, ainda, a destinação adequada do concentrado da dessalinização, visando à preservação do meio ambiente e garantindo água para todos", explica.
De acordo com o Programa Água Doce, as comunidades contempladas com os sistemas dessalinizadores são escolhidas, utilizando-se como critério o Índice de Condição de Acesso à Água (ICAA), levando em consideração fatores como pluviometria, intensidade de pobreza, taxa de mortalidade infantil e o índice de desenvolvimento Humano (IDH).
Durante os ciclos de debates e troca de experiências, Leidejane Lima, membro do conselho gestor do programa na comunidade de Peneiro, localizado no município de Canudos, disse que esse tipo de encontro possibilita o compartilhamento de informações e também é uma oportunidade para troca de saberes com outros povoados beneficiários pelo PAD. "Na minha comunidade a experiência com Água Doce vem transformando nossas vidas. A gente tomava água do açude que é uma água contaminada. Então, com a chegada dos dessalinizadores, foi um alívio tremendo para a saúde de nossos familiares", explica.
Para a mobilizadora social, Jaciara Teixeira, o Água Doce está fincado na participação da comunidade, na gestão compartilhada dos sistemas de dessalinização e do envolvimento dos gestores municipais. Pessoas escolhidas pelas comunidades são capacitadas pelo Programa para operar os equipamentos e realizar pequenos reparos. "Cada instalação do dessalinizador é acompanhada de mobilização social, obras civis, monitoramento e manutenção. Todavia, é necessário destacar que o sucesso do Programa somente se concretiza no povoado se os gestores municipais e comunidades atendidas pelo programa se envolvam completamente na gestão desse equipamento que tem um viés social", finaliza.
O programa Água Doce é coordenado pelo Departamento de Recursos Hídricos e Revitalização de Bacias Hidrográficas, do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e na Bahia é executado com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), da Companhia de Engenharia Hídrica e Saneamento da Bahia (Cerb) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).
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