Acuado pelos ataques da família Bolsonaro, o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral) diz que não teme investigações por conta do esquema de candidaturas laranjas do PSL, reveladas pela Folha de S.Paulo. "Não sou moleque, e o presidente sabe. O presidente está com medo de receber algum respingo", disse o ministro em entrevista à revista Crusoé.
Bebianno, que foi braço-direito de Bolsonaro durante a campanha eleitoral, afirmou nesta quinta-feira (14) que não vai se demitir até falar diretamente com o presidente. O ministro foi um dos primeiros a se engajar na campanha eleitoral do agora presidente, quando, segundo seus amigos, nem mesmo o próprio Bolsonaro acreditava nela.
Questionado pela Crusoé se vê um possível complô para derrubá-lo, Bebianno negou. "Acho que há o desejo de atingir o presidente de alguma forma", disse. Mas criticou declaração do mandatário ao Jornal da Record, na qual admitiu a possibilidade de demitir o ministro –fazê-lo "voltar às origens".
"Todos nós voltaremos às nossas origens. As nossas origens estão no cemitério. O presidente não morrerá presidente. Muitas pessoas que se elegeram agora, eu não quero citar nomes, que também estão aí sob foco de investigações. Vamos ver, está certo? Eu sou homem, não sou moleque."
Bebianno voltou a rebater Bolsonaro e seu filho Carlos e afirmou que esteve em contato com o presidente na última terça-feira (12). "Falei com o presidente, sim. Várias vezes ao longo do dia. Por WhatsApp, por texto. Falamos, conversamos. Recebi orientações, falamos sobre assuntos institucionais.
O ministro da Secretaria-Geral se negou a pagar na mesma moeda os ataques de Carlos Bolsonaro, que divulgou um áudio no qual o pai disse que não queria falar com Bebianno. "Ele [Carlos] não é nada no governo. Eu sou ministro. Tenho que respeitar a liturgia do cargo."
"Não sou moleque para ficar batendo boca em rede social. Se há algum problema, eu resolvo frente a frente, olho no olho, dentro de uma sala, como uma pessoa civilizada", reforçou Bebianno, em crítica ao filho do presidente.
Em um discurso quase homogêneo, a bancada do PSL na Câmara passou a cobrar explicações e eventualmente a queda do ministro. Poupa, no entanto, o presidente do partido e colega deputado, Luciano Bivar (PE), pivô da crise no governo Bolsonaro.
Por outro lado, a ala militar do governo e até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foram chamados para tentar apaziguar a crise. Para os militares, no entanto, a visão generalizada é de que será muito difícil manter Bebianno no cargo.
RELEMBRE O CASO
Reportagem da Folha de S.Paulo de domingo (10) revelou que o grupo do atual presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), recém-eleito segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, criou uma candidata laranja em Pernambuco que recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição de 2018. O dinheiro foi liberado por Bebianno.
Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos.
O dinheiro do fundo partidário do PSL foi enviado pela direção nacional da sigla para a conta da candidata em 3 de outubro, quatro dias antes da eleição. Na época, o hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência era presidente interino da legenda e coordenador da campanha de Jair Bolsonaro (PSL), com foco em discurso de ética e combate à corrupção.
Apesar de ser uma das campeãs de verba pública do PSL, Lourdes teve uma votação que representa um indicativo de candidatura de fachada, em que há simulação de atos de campanha, mas não empenho efetivo na busca de votos.
A candidatura laranja virou alvo da Polícia Federal, da Procuradoria e da Polícia Civil do estado.
Na quarta (13), a Folha de S.Paulo revelou ainda que Bebianno liberou R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada –sem maquinário para impressões em massa.
O ministro nega irregularidades e diz que cuidou apenas da eleição presidencial.
Na semana passada a Folha de S.Paulo havia publicado que o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, patrocinou um esquema de candidaturas de fachada em Minas que também receberam recursos volumosos do fundo eleitoral do PSL nacional e que não tiveram nem 2.000 votos, juntas. Parte do gasto que elas declararam foi para empresas com ligação com o gabinete de Álvaro Antônio na Câmara.
Após essa revelação sobre o ministro do Turismo, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou que esse caso deveria ser investigado. A Procuradoria-Regional Eleitoral de Minas Gerais decidiu apurar o caso.
13 comentários
14 de Feb / 2019 às 21h12
Bebianno não sabia que "MITO" é algo irreal, trabalhou pra eleger o Presidente e vai ser forçado pedir demissão sem provas concretas contra si mesmo. É a lei do poder seu Bebianno, manda quem pode, obedece quem baba muito.
14 de Feb / 2019 às 22h35
E OS TONTOS APOIADORES DE BOZO. TUDIM CALADIM. kKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
15 de Feb / 2019 às 03h11
PSL. Partido Só Laranjas? tanta roubalheira o Brasil não aguenta. Moru Boso faz parte da milícias B171? O exército pegar todos bandidos e botar no xadrez.
15 de Feb / 2019 às 03h14
Motorista de Bosonaro 171 com 7 milhões na conta? Queiroz outro Laranja deve ir para cadeia.
15 de Feb / 2019 às 03h17
A juíza substituta do ex-juiz da voz fina condenou Lula no caso da reforma da cozinha no sítio de Atibaia, e mais uma vez a 12 anos. Logo abaixo da notícia da condenação, a Folha publica matéria sobre as transações imobiliárias de milhões de Flávio Bolsonaro. Juntos, o pai e os filhos têm um patrimônio, só em imóveis, de R$ 15 milhões, tudo documentado pela Folha com pesquisas em cartório. E Lula pega 12 anos por causa das reformas na cozinha de um sítio. Por isso é oportuna a entrevista do juiz Baltasar Garzón ao Página 12, que compartilhei há pouco, em que ele fala do uso da Justiça para p
15 de Feb / 2019 às 03h48
Quem está igual a mim... Ansioso pra vê a Familia Bolsonaru e sua guadrilha presa.
15 de Feb / 2019 às 03h54
Quem começou a campanha pela reforma da PREVIDENCIA SOCIAL foram os grandes bancos. Fizeram isso com duas intenções: - a primeira delas é tirar o foco do principal câncer das Finanças Públicas, que são os juros, responsáveis por 80% do déficit publico; os juros trazem grandes lucros a esses banco; - a segunda forma é porque esses bancos irão lucrar muito com o novo sistema de CAPITALIZAÇÃO, onde eles vão ganhar comissões muito elevadas. O representante desses bancos é o Ministro da Economia PAULO GUEDES e BOSONARO
15 de Feb / 2019 às 03h57
O propósito da elite dominante BOSONARO é ter uma sociedade ativa de 70 a 80 milhões de pessoas, o excedente (140 milhões) que se danem.
15 de Feb / 2019 às 07h40
Quando a materia é pesada corre todo mundo o Quim o Fernando etc.
15 de Feb / 2019 às 09h15
E agora José? Se "jogarem os pés" em Bebianno, ele vai abrir o bico. E já deu a dica: "O Belzebu teme respingos". Ou seja tá envolvido até o pescoço em falcatruas eleitorais também, ele e toda a sua corja. Alô bolsominions frequentadores desse blog, aonde estão vocês agora? Mostrem as caras, seus iludidos, covardes. kkkkkkkkkk
15 de Feb / 2019 às 11h55
Errou pagou. Não temos BANDIDO DE ESTIMAÇÃO. Não comemos capim.
15 de Feb / 2019 às 21h19
NESSA SUJEIRADA TODA (MAR DE LAMA), ONDE ESCONDERAM O QUEIROZ?
15 de Feb / 2019 às 21h19
NESSA SUJEIRADA TODA (MAR DE LAMA), ONDE ESCONDERAM O QUEIROZ?