Até o início da noite da última quarta-feira Gustavo Balotelli era um desconhecido para futebol. Era. Há um ano sem jogar, o garoto de 22 anos realizou o sonho de atuar pela primeira vez profissionalmente no futebol brasileiro sendo o melhor jogador da partida no empate de 2x2 com o Vasco, pela Copa do Brasil. A partida, televisionada para todo o país, apresentou o sergipano de Aracaju que pensou em desistir do futebol no ano passado. Conheça um pouco da história do jovem atacante que passou cinco anos na Ásia, e é uma das esperanças de gol da Juazeirense no duelo contra a Jacuipense, neste domingo, às 16h, no estádio Eliel Martins, em Riachão do Jacuípe.
Estreante contra o Vasco, você impressionou quem não te conhecia. Fez gol, sofreu pênalti, além de outras jogadas importantes. Gustavo não sente pressão, pra já estrear diante de um grande time e fazer o que fez em campo?
Tive uma semana e três para me preparar depois de um ano sem jogar, só treinando. É ruim ficar treinando e não ir pra jogo. Isso chateia. Cheguei e num piscar de olhos já estava no dia do jogo contra o Vasco. Um dia antes do jogo eu pedi a Deus que me iluminasse, que tivesse comigo naquele momento único da minha vida. Eu tinha um sonho que realizei contra o Vasco, que era fazer um jogo como profissional aqui no Brasil. Acabei conseguindo realizar esse sonho. Fico feliz de ter estreado bem e surpreendido muita gente. Um sonho realizado. Passei por cima de tudo. Mostrei que tenho potencial para chegar onde eu quero. Até um dia antes do jogo do Vasco eu era um ninguém, era dado como um nada, tinha rescindo meu contrato com o Bahia e era mais um na multidão...
Como foi esse período de um ano sem jogar?
Pensei até em desistir no ano passado. Antes de desistir eu pensei no que eu consegui no futebol antes de passar dificuldade. Fui feliz nos quatro anos no Japão. Tem que ficar ligado que vida de jogador não é só momento fácil. Tenho amigos aqui de cinco anos dos tempos de Bahia, Aroldo pediu para eu vim. Esses fatores foram muito importantes para minha vinda para a Juazeirense.
Depois de uma estreia como essa já passa em sua cabeça criar uma meta de gols pelo clube?
Meta de gols eu não tenho. Tenho vontade de ajudar a Juazeirense, dar o meu máximo... O que for possível, fazer gol, dar passe, eu vou fazer... As coisas vão sair de forma natural. Se houver oportunidade eu vou fazer o gol, se o colega tiver melhor posicionado, vou dar o passe. Vim pra cá pra ajudar e não pra ser individualista. A meta é levantar a Juazeirense para que a equipe possa estar em outro patamar.
Apesar da ótima apresentação contra o Vasco, a equipe ainda não venceu no Baiano. É hora de conseguir esse feito contra a Jacuipense no domingo?
Sei como está difícil no Baiano. Nada é fácil na vida e não seria agora que seria fácil. Esse jogo do Vasco aumentou nosso ânimo, deu uma esperança maior pra gente. É levantar a cabeça. No domingo vamos jogar da mesma forma que jogamos contra o Vasco. Com dedicação, garra, força. Se não tiver técnica vai na vontade. Esperamos que a vitória venha no domingo. O jogo contra o Vasco nos fez querer mais. No Baiano vamos jogar para vencer. Vamos com toda vontade de ganhar. Não é só falar, tem que mostrar. Vamos lá para Riachão dar o nosso melhor.
Voltando a falar mais sobre você, conta a história desse apelido Balotelli...
Esse apelido tem uns cinco anos já. Foi no meu segundo ano de Bahia. Não me lembro o nome do campeonato que estávamos jogando, mas na época Balotelli era bem famoso na Inter de Milão. DaÍ ele tinha um corte de cabelo com um moicano bem fininho. Aí eu cortei igual a ele. Todo mundo começou a rir da minha cara, dizer que eu era maluco, que eu não podia fazer aquilo (risos). Fiquei uma semana com esse corte. O diretor da base do Bahia na época, Newton Mota, falou para eu cortar. Eu disse que não ia cortar, fui para o jogo assim, fiz um gol e a torcida começou a gritar Balotelli. Aí pegou.
E você de fato se inspira nele?
Fico feliz de estar sendo chamado de Balotelli. Me inspiro algumas vezes nele sim. Gosto de vê-lo jogar. Ele finaliza muito bem, chama a responsabilidade, joga muito... Queria sim um dia conhecer ele. Treinar com ele para ele me dar uns conselhos de como se posicionar, finalizar da forma correta... Seria uma experiência incrível na minha vida.
Por falar em experiência, você morou cinco anos fora do Brasil, como foi?
Antes de tudo eu vim muito cedo pra Bahia, com 13 anos estava no São Francisco do Conde. Depois tive uma passagem rápida na base do Confiança e voltei para o Bahia, onde fiquei um ano e meio. No Japão (jogou no Nagoya Grampus e Roasso Kumamoto) foi uma experiência muito boa. Aprendi muito nos quatro anos. Eles me ensinaram muito. As pessoas lá são cuidadosas, acolhedoras. No Japão foi algo muito bom pra mim. Depois fui para o Vietnã (para o Ho Chi Minh City), não foi legal pra mim lá, pedi para rescindir e fiquei um ano parado.
Look Assessoria Foto: Carlos Humberto
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