De 01 a 07 de fevereiro acontece, em todo o país, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, instituída pela Lei nº 13.798/19. A campanha visa conscientizar a população sobre os riscos da gestação precoce e tem como objetivo disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas.
Como hospital materno-infantil de referência para mais de 50 municípios da Rede de Saúde Pernambuco/Bahia (PEBA), o Dom Malan/IMIP de Petrolina recebe quase que diariamente adolescentes da faixa etária de 9 a 18 anos. Muitas delas são meninas, que saíram a pouquíssimo tempo da infância e estão prestes a trocar a boneca por um bebê de verdade. Por isso, o HDM não pode deixar de fazer o seu papel nessa campanha.
Para se ter uma ideia, em 2017, dos 7.147 partos realizados pelo HDM, 597 (8,35%) foram em adolescentes. Já em 2018, dos 7.173 partos realizados, 887 (12,36%) envolveram o público dessa faixa etária. Os números mostram um aumento de 4,01% nesse percentual. "O nosso índice está abaixo do registrado em Pernambuco, que é de 23% na rede SUS, mas ainda é preocupante", analisa o coordenador médico do Alto Risco, Marcelo Marques.
De acordo com o especialista o maior risco da gravidez na adolescência é o da prematuridade. "A gestação precoce representa um risco para mãe e para o bebê, já que a adolescente não está completamente preparada física e psicologicamente para uma gestação. A gravidez é considerada de risco e há maiores chances de aborto espontâneo, do bebê nascer com baixo peso e prematuro", relata.
Outros riscos da gravidez na adolescência: pré-eclâmpsia e eclampsia; complicações no parto que levam à cesariana; infecção urinária; alterações no desenvolvimento do bebê; má formação fetal e anemia. O risco de óbito da gestante também aumenta, assim como o risco de depressão pós-parto e rejeição ao bebê.
A adolescente de iniciais C.M.F.D (16 anos), tem sofrido na pele essas dificuldades. Ela descobriu a gravidez há menos de 15 dias e já está com quatro meses de gestação. Veio ao Dom Malan para tratar uma infecção urinária. "Ela nem sabe direito o que está acontecendo. É tudo muito novo para nós", garante a mãe, que está de acompanhante no internamento. Sua estatura e baixo peso preocupam. "Ela vai ser acompanhada de perto aqui no Alto Risco e nós esperamos que dê tudo certo", destaca Dr. Marcelo.
É preciso que a escola, a família e o médico ginecologista oriente as adolescentes que optam por ter uma vida sexual ativa, pois só a informação e a educação podem evitar uma gravidez indesejada e as doenças sexualmente transmissíveis. "Não existe outra fórmula. É abordar o tema sem tabus e aumentar o diálogo", afirma o médico.
Anna Monteiro-Ascom HDM/IMIP
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