Grandes coalizões são sempre necessárias, seja para chegar ao poder, aprovar leis importantes ou fazer reformas, e isso de nada tem singularidade com o fisiologismo tão comentado e exercido nos quatro cantos desse país.
No final do século XIX, o célebre brasileiro Joaquim Nabuco, abolicionista, monarquista, membro do partido liberal e um dos maiores diplomatas da história, ao ver o partido conservador - cuja corrente política era de oposição a sua - encaminhar o projeto da lei Áurea, em um ato de grandeza juntou todos os esforços possíveis para que a escravidão fosse abolida. Nabuco fez isso por possuir bandeiras e princípios e sobretudo causas, que embora fossem encaminhados pela oposição ou por pessoas que viam o Brasil sob perspectivas diferentes, o fez porque era o mais íntimo sentimento de suas convicções e, ficar contra elas por capricho ou jogo politiqueiro, solapava sobretudo seus valores.
No início da segunda metade do século XX o mundo presenciou uma coalizão liderada pelos rivais: liberais e comunistas, para combater o nazismo que horrorizava a humanidade com o propósito de uma raça ariana. Apesar das inúmeras divergências pontuais das duas correntes ideológicas, o inimigo a ser vencido era o ponto de convergência.
Aliás, ponto de convergência é a equação matemática que a oposição de Juazeiro precisa encontrar para aparar as arestas, diminuir as incongruências pontuais e encontrar o ponto de equilíbrio para vencer o atraso, a falta de rumo e governança, para redirecionar a cidade ao caminho do progresso.
É inegável o atraso econômico de Juazeiro. A escuridão é o cartão postal para quem anda pelas avenidas e ruas da cidade. A inoperância e a incapacidade administrativa é facilmente percebido por quem observa a cidade. Juazeiro deixou de ser pensada para as pessoas e desconfio que deixou de ser simplesmente pensada.
A zona azul, fundamental para a cidade virou uma piada de mau gosto. O mercado do produtor, artéria financeira da cidade, é hoje um pântano de imundície. O trânsito caótico e cada vez pior.
Relembrar Nabuco e a coalizão EUA - URSS é antes de mais nada um apelo. Um apelo as lideranças políticas da cidade que hoje se encontram na oposição. É preciso se despir de vaidades e projetos próprios de poder e encontrar o ponto de equilíbrio para unir forças e vencer a precariedade, o retrocesso e o vazio de governança.
O ponto de inflexão aqui é Juazeiro. Portanto, Suzana Ramos, Allan Jones, Joseph Bandeira, Wank Medrado, Carlos Neiva e toda a oposição... Em uma só palavra: união.
A cidade sangra silenciosamente enquanto dorme a nossa indignação. O milionário marketing institucional simula uma situação de progresso e normalidade que não existe nas ruas e nos corações dos juazeirenses. É a força da grana.
E a força da grana como disse Caetano: "ergue e destrói coisas belas".
Leonardo Cordeiro - Juazeirense por escolha e Economista
5 comentários
05 de Feb / 2019 às 13h42
A oposição de Juazeiro precisa de coerência, responsabilidade e de União. OPOSIÇÃO Unida 2020 pra resgatar nosso Juazeiro.
05 de Feb / 2019 às 13h54
Realmente tem que haver União, só assim Juazeiro ficará livre desse povo mesquinho que só pensa neles e esquece da cidade....acorda povo de Juazeiro, até quando vão ficar aos pés do comunismo, aliás de comunista muitos não tem é nada, só discurso mesmo, pq o capitalismo é quem vigora....vamos pra frente.
05 de Feb / 2019 às 14h45
Ótimo artigo. Reflete a atual situação precária que vive Juazeiro.
05 de Feb / 2019 às 17h12
Tendo em vista a defesa do professor Otoniel Gondim da esquerda em todos os setores, acho que devia, se tiver como, escrever um texto sobre a situação do governo municipal de Juazeiro, o desespero do PC do B e de Isaac Carvalho atrás de uma boquinha de alto porte no governo estadual e os vereadores amestrados pelo esquema atual. Combinado, então, Otoniel Gondim? Obs.: Mire-se atentamente nesse exemplo de texto realístico .
06 de Feb / 2019 às 10h36
Ótimo artigo Leonardo conseguiu retratar bem a situação da nossa cidade, que esta sendo sufocada pela incompetência municipal e sem qualquer representatividade no nível estadual.