Estima-se, com base em indicadores diversos da Academia e Governamentais, que exista no Brasil por volta de 20 milhões de gays (10% da população), 12 milhões de lésbicas (6%) e 1 milhão de trans (0,5%). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não tem esse levantamento oficial.
Apesar de ter havido uma redução de 6% na comparação com 2017, o Brasil segue sendo o país do mundo onde mais ocorreram mortes violentas de pessoas LGBT+. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 20 horas um LGBT morreu em 2018 no país de forma violenta vítima da LGBTfobia.
O GGB, através do site Quem a Homofobia Matou Hoje, contabilizou em 2018 mortes violentas de LGBT+ em todos os 26 estados e no Distrito Federal, distribuídos em 232 municípios.
Os estados que notificaram o maior número de homicídios e suicídios de LGBT+ em 2018 em termos absolutos foram São Paulo com 58 vítimas, Minas Gerais com 36, Bahia e Alagoas com 35 cada e o Rio de Janeiro, 32 mortes.
Se forem considerados os dados por cada 100 mil habitantes a liderança é de Alagoas, seguido por Amazonas e Mato Grosso. Nesse caso, a Bahia fica em 14º lugar.
No total, segundo o levantamento do GGB, 420 pessoas LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) morreram no Brasil em 2018 vítimas da homolesbotransfobia: 320 homicídios (76%) e 100 suicídios (24%). Houve uma pequena redução de 6% em relação a 2017, quando registraram-se 445 mortes, número que havia sido recorde nos 39 anos desde que o GGB iniciou a contabilizar os dados.
Segundo agências internacionais de direitos humanos, matam-se muitíssimo mais homossexuais e transexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde há pena de morte contra os LGBT. “E o mais preocupante é que tais mortes cresceram assustadoramente nas últimas duas décadas: de 130 homicídios em 2000, saltou para 260 em 2010, 445 mortes em 2017 e 420 no ano passado”, afirma o GGB, no documento.
Quanto à idade das vítimas, 11 dos LGBT (7%) tinham menos de 18 anos, o mais jovem, um pré-adolescente gay do Rio de Janeiro, que se matou com apenas 12 anos, por não suportar o bullying.
Predominaram as mortes de jovens LGBT entre 18-25 anos (29%), sendo que 77% das vítimas tinham até de 40 anos: população predominantemente jovem, em idade produtiva e com sexualidade mais ativa. 11 LGBT assassinados eram da terceira idade, com mais de 60 anos, o mais idoso com 73 anos, encontrado morto em seu apartamento em Salvador, asfixiado, com as mãos amarradas com fio elétrico.
Uma das mortes destacadas no relatório é da vereadora e ativista LGBT do Psol, Marielle Franco.
IBGE
4 comentários
25 de Jan / 2019 às 13h04
Morte de LGBT tem a mesma importância de morte héteros, a preocupação deve ser direcionada com a violência em geral e não apenas de grupos, sejam eles de maioria ou minoria.
25 de Jan / 2019 às 14h36
OXente, no governo do PT? Ah, lembrei que Lula não gosta de “VIADOS”, como disse em Pelotas, no RGS. É política de partido kkkk.
25 de Jan / 2019 às 15h20
A violência sim precisa ser combatida, dificilmente alguém será morto pelo simples fato de ser hétero. Já entre as minorias a exemplo homossexuais é fácil encontrar casos de pessoas assassinadas pela sua condição e sim existe vulnerabilidade ainda maior nestes grupos. Infelizmente o preconceito contra negros, homossexuais, mulheres faz inúmeras vítimas diariamente. Não é vitimismo, é a triste realidade de um país machista, patriarcal e que não respeita diferenças. Em nome da família tradicional e da religião são cometidas atrocidades que descaracterizam os valores cristãos e de humanidade.
25 de Jan / 2019 às 16h55
Pois é, Anderson: há 13 anos isso vem acontecendo mais intensamente, pois há impunidade.