Nos primeiros dez dias como presidente, Jair Bolsonaro recuou em pelo menos nove decisões anunciadas por seu governo. A média de um recuo por dia reflete a falta de planejamento do primeiro escalão e reflete a personalidade dispersa e pouco assertiva do presidente.
Em sua estreia no terceiro andar do Palácio do Planalto, na terça-feira (1º), Bolsonaro assinou o decreto que reajustava o salário mínimo de R$ 954 para R$ 998. A chancela do presidente, porém, foi anunciada horas depois que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, havia garantido que as primeiras ações do novo chefe do Executivo sairiam somente a partir do dia seguinte.
Além da primeira escorregada do ano, o principal auxiliar político de Bolsonaro foi personagem relevante de outras quatro mudanças de discurso: o aumento do IOF, a redução da alíquota do Imposto de Renda, a despetização dos servidores públicos e o anúncio das metas prioritárias do governo.
Na semana passada, Onyx foi escalado para avisar publicamente que o presidente havia se "equivocado" ao anunciar o aumento do IOF (Imposto de Operações Financeiras) e da redução da alíquota do IR, de 27,5% para 25%. Bolsonaro deu publicidade às medidas na sexta (4), mas foi desmentido pouco tempo depois pelo secretário da Receita Federal, Marcos Cintra. Onyx disse que havia estudos sobre o aumento do IOF que foram descartados, mesmo depois de Bolsonaro ter dito que assinara um decreto sobre o assunto.
Foi também o chefe da Casa Civil quem bateu bumbo para a exoneração de 320 servidores vinculados a sua pasta. Segundo ele, era preciso identificar os funcionários nomeados durante as gestões de Lula e Dilma Rousseff e tirá-los de vez do Planalto. A saída em massa dos servidores paralisou o trabalho da Comissão de Ética Pública, que perdeu 16 dos 17 funcionários de sua equipe.
Dias depois, no entanto, o colegiado anunciou a readmissão dos servidores para evitar prejuízo dos trabalhos. Na terça-feira (8), o general Augusto Heleno, que comanda o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), desmentiu Onyx sobre a existência de um plano de anúncio das medidas prioritárias do governo.
Após as duas reuniões de Bolsonaro com seus 22 ministros, o chefe da Casa Civil prometeu divulgar metas para os 100 primeiros dias da gestão, mas nada aconteceu.
A disputa entre os núcleos político e econômico dos governos é comum desde a redemocratização, mas causou estranhamento entre os observadores mais experientes de Brasília um atrito exposto tão rapidamente.
Além dos dois grupos, a gestão de Bolsonaro conta ainda com o militar. São sete no primeiro escalão. O chefe do GSI foi quem também acabou com a polêmica sobre a instalação de uma base militar americana no Brasil.
Bolsonaro havia dito, em entrevista ao SBT, ver uma possibilidade de receber a base. Heleno, no entanto, afirmou que Bolsonaro disse que nunca falou do tema e que foi feito "um auê" sem razão.
O general-ministro também foi categórico ao descartar interrupção, por parte do governo, do acordo entre Embraer e Boeing, fechado em dezembro e que precisa do aval do Planalto. Bolsonaro havia colocado dúvidas sobre a continuidade do negócio. Ontem quarta (9), o governo Bolsonaro voltou atrás mais duas vezes: na suspensão do processo de reforma agrária e nas mudanças no edital de compra de livros didáticos pelo Ministério da Educação.
O edital havia deixado de exigir das editoras referências bibliográficas e o compromisso com a agenda da não violência contra mulheres, promoção das culturas quilombolas e dos povos do campo.
É provável que haja novos recuos, sobre a reforma da Previdência, por exemplo. Bolsonaro chegou a defender uma idade mínima de 57 anos para a aposentadoria de mulheres e 62 para homens.
A proposta não agrada ao ministro Paulo Guedes e o texto nem mesmo foi fechado pelo time dele
Com informações da Folhapress
10 comentários
11 de Jan / 2019 às 11h52
O blog tá sendo tendensioso
11 de Jan / 2019 às 13h56
Quem não produz conteúdo só repassa informações, e nesse caso é de um veículo da imprensa marrom, que era sustentado pelo dinheiro da corrupção. Ademais, se o governo vólta atrás em algumas decisões nesses 11 DIAS de gestão, é porque ouve a opinião de outras pessoas e escolhe o que é melhor para o povo. Massa té agora tem cumprido o que prometeu em campanha. Chuuuuupaaaaa ESTELIONATÁRIO.
11 de Jan / 2019 às 14h15
COMO BEM DISSE NO EXCELENTE ARTIGO AO BLOG DO PROFESSOR OTONIEL GONDIM: GOVERNO DESPREPARADO E VOLTAS E MEIAS, RECUOS...
11 de Jan / 2019 às 15h41
Nunca falei com Geraldo José só conheço através de fotos mais pense no cabra 100%. Não é nem direita e nem esquerda nem carne e nem peixe ele é jornalista.
11 de Jan / 2019 às 16h42
Lamentável posicionamento desse Blog. Tendencioso.
11 de Jan / 2019 às 17h13
Ôpa mais peraê nao seria esse o governo mais que preparado, nao seria esse o governo que teria resposta pra tudo e o periodo detransição foi só para comer os canapés do coofebreak? Quer dizer que nao fizeram nenhum planejamento, e como vão fazer pra reger essa orquestra? Meu Deus seria o Brasil um navio a deriva sem os profissionais para guiá-lo. Vixi corre meu povo que vai afundar.
11 de Jan / 2019 às 17h32
Gostei que o salário do filho do vice presidente Mourão passou de 12 mil para 36 mil. Para os pobres 998 reais
11 de Jan / 2019 às 17h40
É NORMAL,NO INICIO DE GOVERNO, COM TANTOS PROBLEMAS DEIXADOS PELOS GOVERNOS ANTERIORES ,DESACERTOS, BATE CABEÇAS "CANELADAS",ETC,CONTUDO A DISPOSIÇÃO DE CORRIGIR OS ERROS E DESACERTOS ,DEMONSTRA VIRTUDES QUE OS GOVERNOS ANTERIORES NÃO TINHAM.VALE LEMBRAR,QUE É PREFERÍVEL UM GOVERNO,QUE MESMO ERRANDO,TEM HUMILDADE PARA RETROCEDER E CORRIGIR,DO QUE OS GOVERNOS CORRUPTOS ANTERIORES QUE NOS ROUBARAM DE TODAS AS FORMAS.QUEIRAM OU NÃO,GOSTEM OU NÃO,É ELE O COMANDANTE SUPREMO DO NAVIO NO QUAL ESTAMOS,TEMOS DE TER PACIÊNCIA,TOLERÂNCIA E COMPREENSÃO,A MENOS QUE QUEIRAMOS TROCA-LO PELO GENERAL.
11 de Jan / 2019 às 19h03
Quim meu nobre eu acho fraco esse argumento sabe de o problema é de quem saiu eu vejo isso em juazeiro ate hj. O Isaac passou os 8 anos acusando os governos anteriores o Paulo Bonfim ta teminando o segundo ano acusado o que Joseph e Misael. Com relação ao General é óbvio que corre o risco dele dar um golpe em bolsonaro mais acredito que que elegeu o capitão estava convicto desse risco.
11 de Jan / 2019 às 19h29
Realmente, o povo tá chupando as ideias de Bolsonaro, porque se for comer... com certeza se engasgará de tanta burrice. O cara se preocupou tanto em falar besteiras nas campanhas, que esqueceu de elaborar um plano administrativo. "Jogador reserva que entra em campo sem se aquecer, não pega nem na bola" tá começando à sentir o gosto do capim. kkkkkkkkkkkk