O mais recente balanço de atividades na área de piscicultura e aquicultura da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) aponta que 161 milhões de alevinos – filhotes de peixes – foram produzidos pelos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da empresa desde 2007.
Do total, 74,3 milhões de unidades produzidas foram de espécies nativas da bacia do rio São Francisco – como piau, xira, matrinxã, pacamã e pirá. Elas foram introduzidas por meio de 806 peixamentos, que visam a recomposição da ictiofauna da bacia. O restante da produção – 86,7 milhões – fomentou criações comerciais, propiciou uma atividade produtiva e incrementou a renda familiar de pequenos produtores.
Somente em 2018, foram produzidos 7,7 milhões de alevinos nos centros integrados da Codevasf: 4,3 milhões de espécies nativas e 3,4 milhões de não nativas. Além disso, foram realizados 40 peixamentos e 18 pesquisas; 21 trabalhos científicos foram publicados em 2018 com base em projetos empreendidos nos centros.
“Os Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf desenvolvem importantes ações de revitalização dos recursos pesqueiros por meio do repovoamento de espécies nativas do rio São Francisco, além de promover ações de fortalecimento da cadeia produtiva da pesca e aquicultura com realização de capacitações, cessão/doação de insumos e equipamentos visando garantir o aumento da produtividade e a comercialização do pescado produzido, gerando muitos benefícios aos cidadãos e ao meio ambiente”, destaca o Diretor da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf, Fábio Miranda.
Polos de conhecimento e tecnologia
A Codevasf possui seis Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura na bacia do São Francisco, localizados em municípios de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Até 2007, as unidades eram chamadas de estações de piscicultura. Ao serem transformados em centros integrados, as atribuições e o alcance dos trabalhos foram ampliados.
Entre as atribuições dos centros estão: desenvolvimento de tecnologias de reprodução artificial; ações de repovoamento de corpos hídricos; desenvolvimento de estudos de monitoramento da qualidade da água; fomento à aquicultura; desenvolvimento de pesquisas em biologia pesqueira; capacitação de produtores, pescadores e estudantes em técnicas de criação e propagação de peixes; e apoio a organizações de pescadores e criadores.
Nos centros integrados da Codevasf foram realizados os primeiros projetos bem-sucedidos de reprodução artificial de espécies de importância ecológica e econômica para a região do São Francisco, como o surubim e o pirá.
“Os barramentos realizados nos cursos d'água para controle de vazão e geração de energia criam obstáculos para a reprodução de peixes e, com isso, há uma redução na quantidade de peixes. O trabalho da Codevasf está situado nesse contexto ecológico e de apoio à aquicultura comercial e à pesca artesanal. Além disso, ele fornece estrutura para a formação de mão de obra especializada e produção científica”, explica a gerente de Desenvolvimento Regional da Codevasf, Maria Valdenete Nogueira.
Desde a década de 1980, projetos empreendidos nos centros e nas estruturas que os antecederam – frequentemente em parceria com universidades e outras instituições de pesquisa e formação – ofereceram suporte à implantação de dezenas de estações de piscicultura públicas e privadas pelo país.
“Os Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf são polos de produção de conhecimento e tecnologia e necessitam de garantia de aportes financeiros para desenvolver e ampliar suas ações na Bacia”, avalia Maria Valdenete.
Ascom Codevasf Foto Divulgação
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