Muita música e arte marcaram as comemorações pelo Dia da Consciência Negra, celebrado nesta terça-feira, 20 de novembro. O evento, realizado no Arco da Ponte, com a participação do grupo P1 Rappers e vários artistas locais, fez parte da programação do Novembro Negro realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (SEDES).
O objetivo principal da celebração foi, segundo os organizadores, realizar um momento de reflexão acerca da condição do povo negro na atualidade e divulgar o trabalho de artistas negros da cidade. “Pensamos no Euri por ser um jovem negro de periferia que traz em sua arte o discurso que a gente defende todos os dias, de que a gente precisa combater o racismo, o genocídio da juventude negra. Acreditamos que essa geração de artistas negros da nossa periferia precisa ter visibilidade”, afirmou a diretora de Diversidade Luana Rodrigues.
De acordo com ela, o momento não serviu apenas para festejar. “Desde a gestão do ex-prefeito Isaac Carvalho que temos essa celebração e também realizamos atividades durante todo o mês, falando em todos os espaços, nas escolas, nas ruas, na favela, onde houver necessidade. Estamos aqui para celebrar, mas também para fazer uma reflexão. Temos combatido o racismo e a intolerância religiosa presente na nossa comunidade diariamente por que acreditamos que a vida de negro é todo dia”, completou.
Para o artista Euri Mania, que lançou o seu novo trabalho musical, a data foi escolhida por sua importância história. “O P1 já está em seu 5º trabalho. Fizemos esse lançamento público com a participação de alguns amigos e não tinha data melhor para isso acontecer. Esperamos que todo mês seja novembro e que todo dia seja dia de negro”, destacou.
O evento contou ainda com a parceria do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR). A presidente Márcia Guena destacou a atuação da entidade no trabalho diário de combate ao racismo e à intolerância religiosa. “O Conselho tem lutado o ano todo e o dia 20 é um dia de festa, de comemoração, de memória, mas a luta é diária. Precisamos transformar essa luta toda em mais política pública, em direito, em acesso, em possibilidade de melhora da condição de vida da população negra. Precisamos ter força para garantir as políticas que a gente conquistou de forma tão dura como as cotas, o acesso ao ensino superior, a liberdade de culto", afirmou.
Para o professor Nilton Almeida que fez questão de prestigiar o evento, o cenário político nacional pede ainda mais luta do povo negro. “Para além das redes sociais entramos numa fase da história do nosso país que temos que transformar tudo em positividade no sentido de agir e reagir. Temos o direito não só de sermos livres, temos o dever e encarar a realidade”, disse o professor.
A programação do Novembro Negro este ano veio com a mensagem de resistência e fortalecimento das políticas de promoção da igualdade racial, trazendo como tema ‘Democracia e Diversidade’. Desde o início do mês estão sendo desenvolvidas diversas atividades na cidade, palestras, exposições, exibição de filmes, rodas de conversas e seminários. Além da programação realizada através da SEDES, o município apoia também várias ações realizadas por parceiros como a UNEB, Univasf, Coletivo Luiz Gama, associações culturais e Terreiros da cidade.
Por Fabiana Diniz/SEDES
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