Com o objetivo de trabalhar o "Setembro Amarelo" com os funcionários e colaboradores, a Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE/IMIP) promoveu, na noite de terça-feira (18), uma palestra com o Grupo Suicidologia no Vale (GSV). O palestrante Silvio Guimarães, que é psicanalista e suicidólogo, levou ao público da Unidade uma forte reflexão sobre o tema "Comportamento suicida: um desafio na emergência".
Durante uma hora ele falou sobre o suicídio como questão de saúde pública, os aspectos que o envolve, apresentou dados, mostrou fatores predisponentes [de risco] e precipitantes [desencadeantes/gatilhos], quais os principais transtornos mentais envolvidos, fatores de proteção, sinais de alerta, manejo [o que fazer e que não fazer], a importância do acolhimento e avaliação de risco, as condutas e como agir.
"Primeiro a gente precisa diminuir os tabus que envolvem o suicídio e entender que falar sobre o assunto de forma séria e comprometida é fator de proteção. Também precisamos aprender a ouvir sem julgar, acolher e fazer os encaminhamentos certos dentro da rede sociassistencial, desburocratizando o acesso aos serviços. Acho que esse já seria um bom começo", acredita o profissional.
Para se ter uma ideia, cerca de 1 milhão de pessoas no mundo morrem por suicídio todo ano. No Brasil, em 2012, houve 11.821 suicídios oficialmente registrados, e isso significa 1 suicídio a cada 45 minutos. Quando os números se referem às tentativas, é ainda mais alarmante: 1 tentativa a cada 2 ou 3 segundos. O suicídio é a 4º causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos no Brasil e a tentativa de suicídio é a 6º maior causa de incapacitação de pessoas entre 15 e 44 anos.
Por outro lado, existe um dado que merece ressalva: 75% dos tentantes dão sinais de alerta, sejam eles verbais ou comportamentais, diretos ou indiretos. "Por isso, nós enquanto seres humanos precisamos estar mais atentos e disponíveis ao outro e os serviços de saúde mais preparados para lidar com essa demanda. Muitas vidas podem ser salvas com algumas mudanças de padrão", defende.
"Nesse aspecto, o que fizemos na UPAE é de grande importância, pois valeu como momento de reflexão e aprendizado. Os profissionais de saúde precisam se capacitar e se sensibilizar com relação ao suicídio, assim como devem ser cuidados como forma de proteção e prevenção", ressaltou em sua fala.
Em nome da Unidade, a supervisora do Serviço Social, Nazaré Cunha, agradeceu: "Ficamos muito felizes com a disponibilidade do GSV, na pessoa de Silvio, que já é nosso parceiro, e desejamos que mais momentos assim aconteçam, pois, a sensibilização deve ser constante".
Ascom
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