Para criar um controle contra a praga mosca-das-frutas, produtores do Vale do São Francisco, estão elaborando ações para tentar erradicar a doença. Em reunião realizada na cidade de Petrolina, um comitê formado por fruticultores, pesquisadores, órgãos de defesa fitossanitária da Bahia e de Pernambuco, e representantes de entidades agropecuárias do Vale traçaram estratégias para combater a praga, que atinge produtos como uva, manga, goiaba e acerola. Uma das principais ações é a criação de um fundo financeiro para garantir recursos necessários.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, Jailson Lira, o fundo pode monitorar de forma mais eficiente a mosca-das-frutas. “A ideia é que, para cada quilograma de uva que seja produzida e comercializada, o produtor pague uma cota para criar esse fundo de reserva. Esse montante vai servir para a criação de uma empresa que monitore e fiscalize os níveis de infestação”, explicou Lira.
Outras estratégias de trabalho também foram traçadas pelo comitê. “Ações importantes são orientar os produtores sobre como combater e também realizar a compra de produtos capazes de controlar as moscas”, disse Lira, ao complementar que essas metas servem para diminuir os níveis de infestação nos pomares.
Ainda segundo Lira, alguns produtores que não têm o controle da praga na região apresentam nível de infestação acima da média. “Existe uma estratégia chamada Mosca Armadilha Dia (MAD), que mede a flutuação populacional do animal, são armadilhas para pegar a mosca. Se uma plantação apresentar um valor acima de 0,5% de MAD é porque precisa de um controle no pomar, seja biológico ou químico”, comentou o presidente do sindicato. Alguns dos órgãos que acompanharam a reunião foram a Embrapa, a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) e o Ministério da Agricultura.
No primeiro semestre deste ano, a agropecuária registrou uma participação de 19% na economia de Pernambuco. O setor foi responsável pela produção de 1,2 milhão de toneladas de frutas e por um superávit de R$ 3,2 bilhões por ano, somente no Vale do São Francisco. Para Lira, é importante que se coloque em prática as sugestões que foram avaliadas em reunião para que a atividade continue contribuindo para o desenvolvimento regional.
Folha Pernambuco
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