Encontro avalia projetos de produção rural em comunidades de Casa Nova

Produtores/as rurais e líderes comunitários de Melancia, Lagoinha, Mucambo e Riacho Grande, comunidades do interior de Casa Nova (BA), promoveram na última erça feria, 11 de setembro, na sede da Associação de Fundo de Pasto dos Pequenos ProdutoresSitio Melancia, um momento de avaliação e monitoramento de vários projetos de produção que contemplam essas comunidades.

Essa região é conhecida pelo potencial da produção de derivados da mandioca, uma tradição cultural que fortalece a economia local. Porém outras atividades como criação de cabras, de abelhas para produção de mel, além de frutas e verduras também despontam como fontes de alimento e renda para as famílias locais.

Na perspectiva de incrementar essa diversidade de produção, famílias dessa região estão recebendo por meio de associações, recursos e investimentos do Pró-Semiárido, Projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Estado Bahia.

O encontro serviu para avaliar avanços, dificuldades e possíveis tomadas de decisões ou mudanças apresentadas pelas comunidades contempladas, conforme afirmou Celso Celes, que trabalha nas ações de monitoramento e avaliação do Pró-Semiárido. Ele lembrou que o momento serviu também para rever estratégias e, ao mesmo tempo, para estreitar os laços entre equipe técnica, agentes e comunidades.

Durante as avaliações, as comunidades destacaram a importância de várias implementações como as 14 cisternas construídas nos quintais de produção de frutas e hortaliças, kits de apicultura e máquinas de forragens que ajudam na produção e armazenamento de alimento para os animais.

Cícero Paes, produtor da localidade de Melancia, um dos contemplados com os quintais produtivos, está plantando leucena, palma e capim para criação. Mas ele também tem a ideia de cultivar mudas de plantas nativas que servem para reflorestar a Caatinga. "Com as mudas no meu canteiro ou posso oferecer pra quem quiser fazer os plantios e colocar na Caatinga porque aqui a Caatinga falta muitas árvores", declarou o produtor.

As oficinas e momentos de formações, trazidas pelo componente Social do Projeto, também foi apontado pelos dirigentes das associações como fator muito importante para integrar mais as pessoas das comunidades. Lelme Santos Silva, da Associação Rural do Mucambo, disse que algumas oficinas ajudaram as lideranças à compreenderem melhor com gerir os recursos que possibilitaram as implementações nas propriedades.

A líder comunitária recorda o quanto se empenhou em todo o processo de mobilização local e diz que o Pro-Semiárido serviu para animar, sobretudo, as mulheres e jovens das comunidades que passaram a enxergar  a importância das atividades como produção de mandioca e de outras culturas. "Foi muito gratificante e exigiu muito trabalho. Mas eu faria tudo novamente, disse a comunitária.

Após o momento de avaliação, aconteceu na Unidade de Produção Comunitária, em Melancia, uma fase da oficina de produção de derivados da mandioca, voltada para as famílias contempladas pelo Pró-semiárido. A oficina foi ministrada por professoras do Instituto Federal de Educação Tecnológica de Petrolina-PE, onde foram fabricados bolos, doces roscas e beijus que, segundo a professora Rafaela Oliveira, são produtos que agregam um maior valor de mercado aos derivados da mandioca e reafirmam a força produtiva da agricultura familiar.

Os recursos para investimento nessas iniciativas são frutos do Acordo de Empréstimos entre o Governo da Bahia e Fundo de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Serviço de Assistência Sociambiental do Campo e da Cidade – Sajuc é a entidade responsável por prestar serviço de Assistência Técnica nesta região de Casa Nova.

Agencia Chocalho