Encerrou, na última sexta-feira (24), o projeto "QUEBRANDO O SILÊNCIO: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM DESTAQUE", conduzido pela Comissão de Humanização do Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina. Após uma semana de intensas abordagens, debates e palestras, o evento culminou com a discussão acerca dos tipos de violência, com destaque para a institucional.
De acordo com a Lei Maria da Penha, os tipos de violência contra a mulher podem ser classificados em: física; psicológica e moral; sexual; patrimonial; institucional; intrafamiliar/doméstica e conjugal. "Falamos um pouco sobre cada uma delas e ressaltamos a institucional por estarmos em um ambiente público de prestação de serviço", justifica a psicóloga Jéssica Melo.
De forma geral, ficou claro que certos tipos de violência são práticas históricas e cotidianas, que por muitas vezes passam despercebidas aos olhos dos cidadãos. Isso pode ter origem na inserção da mulher em um grupo marginalizado, de uma sociedade excludente, formada com estrutura patriarcal, machista e misógina, onde à mulher era permitido tão somente o "direito" de obedecer e cumprir as determinações masculinas.
"Às vezes, a violência ocorre de forma muito sutil e difícil de ser identificada. Pode começar com um xingamento, puxão de cabelo, cerceamento de direitos e críticas. Existe também uma subnotificação do quadro de violência no Brasil, pois muitas mulheres ainda tem medo de denunciar. Então, momentos como esse servem para empoderar as mulheres e abrir os nossos olhos", falou a psicóloga em referência ao projeto.
E por falar em números, segundo dados do Ministério da Saúde, obtidos do Sistema de Informações e Agravos, em 2016 foram notificados 147.691 casos de violência contra a mulher no Brasil. No Dom Malan, em 2017, de acordo com dados do setor de Vigilância Epidemiológica, foram notificados 31 casos de violência física, 06 de violência doméstica e 56 de violência sexual. De janeiro a agosto de 2018 foram notificados 24 casos de violência física, 05 de violência doméstica e 33 de violência sexual.
"O Dom Malan é o hospital de referência para mulheres vítimas de violência e nós não poderíamos ficar de fora dessa discussão. Por isso, trouxemos o assunto para dentro e tratamos de violência com as nossas pacientes, acompanhantes e profissionais. Esperamos dessa forma estar contribuindo para quebrar o silêncio que ainda permeia a sociedade", ressalta o assistente social Tiago Oliveira.
Quando a mulher sofre algum tipo de violência pode ligar para a Central de Atendimento à Mulher (ligue 180), ou acessar o aplicativo Clique 180. A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Por meio do telefone, a mulher receberá apoio e orientações sobre os próximos passos para resolver o problema. A denúncia é distribuída para uma entidade local, como as Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) ou Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), conforme o estado.
Anna Monteiro-Hospital Dom Malan Imip
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