A Reunião Médico-Científica do Grupo de Interesses Especiais (SIGs) da Rede Universitária de Telemedicina – formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Hospital Dom Malan (HDM/IMIP), e mais 10 instituições de ensino e pesquisa do país – discutiu neste mês de agosto o tema "Cesariana na Obesidade Mórbida".
O estudo de caso foi apresentado por Gabriel Nardi, R2 de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Universitário de Brasília, e os riscos e cuidados anestésicos na cesariana de pacientes com este perfil foi discutido pelo professor Gabriel Guimarães, chefe do serviço de anestesiologia da instituição. A dinâmica do debate foi feita, como sempre, por videoconferência.
De acordo com o coordenador médico do Alto Risco do HDM, Marcelo Marques, o principal ganho foi o levantamento da proposta de formatação de um protocolo clínico. "Foi uma reunião muito proveitosa e de grande aprendizado. Esta é uma situação que nós temos visto com cada vez mais frequência e os serviços precisam se adequar a esse tipo de perfil de gestante. Existem muitas particularidades e peculiaridades no término dessa gravidez que precisam ser levadas em consideração e o protocolo servirá para isso", acredita.
A obesidade por si só já é um fator de risco para a gestante, deixando as pacientes mais suscetíveis à hipertensão, diabetes e trombose. Esses não são impedimentos para a gravidez, mas a futura mamãe deve ser bem acompanhada desde o pré-natal. "O ideal é que a paciente procure um médico para planejar a gestação. Mas, caso não seja possível, a equipe de saúde deve buscar formas de tentar reduzir os riscos inerentes à gravidez nestas condições. E isso passa inclusive pela escolha da via de parto, cuja primeira opção deve ser por via normal. Se houver impedimento, deve-se optar então pela cesariana", esclarece o especialista.
Com relação ao serviço, Marcelo garante que deverá se adaptar assim como os outros centros de referência: "Os cuidados começam com a oferta de uma roupa adequada e de uma maca que suporte pacientes acima de 120Kg. A paciente deve ser acompanhada constantemente pelo médico obstetra e o anestesista deve buscar ter uma conversa prévia com a paciente. São detalhes aparentemente simples, mas que podem fazer toda a diferença no desfecho da gestação".
Para o coordenador, essas reuniões são de extrema importância. "Como se pode perceber, nesses encontros a gente alinha o conhecimento e nivela o serviço com o que há de mais moderno no país. Essa conquista é de um valor inestimável para nós", conclui.
Anna Monteiro-Ascom HDM/IMIP
0 comentários