MEU BERÇO

Meu berço, meu lugar, Porto seguro.
Banhada pelas águas do velho Chico
Fonte de vida que aos poucos morre
Levada pelo descaso e maldade de homens
Que prometem, prometem e nada fazem.

Juazeiro da Fenagri, Terra da irrigação,
Que do ventre produz frutos
Exportados para outras nações,
Mas na mesa do seu povo falta sempre um pedaço de pão.

Meu querido Juazeiro
Nesses cento e quarenta anos
De aparente emancipação,
Quantas promessas fizeram-te!
Inúmeras juras de amor.
Prometeram , progresso e prosperidade, união.
Até as próximas eleições.

Juazeiro das desigualdades
Social, Moral, Cultural, Intelectual,
Onde poucos têm a chance de aflorar seu potencial.

Juazeiro de circo e pão,
Assim se cria uma ilusão de progresso
e desenvolvimento, mascarando o que seu povo
sofre e padece a cada momento.

Juazeiro, bem sei que
Hoje mesmo dormirás agonizante,
Estática sobre o desencanto de homens
Que alimentastes, que instruístes, que abrigastes.

Juazeiro, terra amada, nosso caso
É de amor e desamor, pouca alegria,
Muita dor.

Edi Santana Barbosa