Emerson Oliveira da Silva Maia, 35 anos, babalorixá do Terreiro de Candomblé Abaça Caiango Macuajô de Juazeiro\BA, registrou na última 3ª feira (26.6), na Policia Civil, um Boletim de Ocorrência (BO) onde denuncia a invasão, quebra e destruição de objetos sagrados de seu terreiro, em construção no bairro Sol Levante.
O fato também foi denunciado junto ao Conselho da Promoção da Igualdade Racial (COMPIR) de Juazeiro/BA que designou um grupo de conselheiros/as que esteve nesta manhã (28) no local e constatou os atos de violência. Agora o COMPIR encaminhará a acusação ao Ministério Público (MP). Peritos da PC também já estiveram no local e em 15 dias deverão divulgar o laudo técnico.
Segundo Maia, desde março que o local vem sendo alvo de atos de violência. "Já ocorreram três investidas", disse ele, mostrando um pedaço de madeira deixado na obra na última investida, com o seguinte texto, escrito à lápis: "Na próxima vez vamos derrubar sua casa". Essa foi a segunda denúncia de violência contra terreiros recebida pela COMPIR neste mês de junho.
A acusação anterior foi contra o terreiro Ilê Abasy de Oiá Gnan, liderado pela Yalorixá Adelaide Santos, 66 anos, localizado na Rua dos Coqueiros, 245, bairro do Quidé, Juazeiro/BA. O local continua sendo apedrejado, mesmo após formalização da denúncia junto às policias Civil e Militar e ao MP. Inclusive, no último dia 14.6 o COMPIR e representantes de vários segmentos religiosos fizeram uma vigília no terreiro e todos/as ouviram o som das pedras jogadas contra o telhado.
Ascom COMPIR
3 comentários
28 de Jun / 2018 às 19h28
Interessante como possa existir intolerância religiosa promovida por alguns criminosos ignorantes na BAHIA, que é o berço do sincretismo. Você(s) acha(m) que está(ão) salvo(a) agindo assim?
28 de Jun / 2018 às 19h40
Um absurdo. Em pleno século XXI ainda há pessoas com atitudes da idade média. Respeito ao outro é o que devemos ter.
28 de Jun / 2018 às 22h25
O fanatismo religioso tem feito muitas vítimas pelo mundo.