A vitória nas mãos do povo

Dias atrás, ao sentir problemas de saúde quando participava de um Fórum aqui no Brasil, o rei da República do Benim, país da região ocidental da África, com uma população de, aproximadamente, 10 milhões de habitantes, exigiu que lhe levassem a uma Unidade de Saúde Pública. Ainda nessa semana, vimos o competente ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, em plena seção daquela Alta Corte, definir com muita propriedade o perfil do "odiado" magistrado, Gilmar Mendes, infelizmente seu colega de toga. A grandeza desses gestos nos fornece, ainda mais, combustíveis para abastecer nossa esperança e coragem, reforçando nossas forças para vencermos a luta contra a arrogância, a corrupção e a injustiça.

Mas, é bom que fique bem claro, a responsabilidade do futuro de uma nação não é apenas tarefa dos chefes de estado ou magistrados. Passa, obrigatoriamente, pela forma de como seu povo se comporta diante dos vários problemas inerentes a todo país.

E, dentre as várias atribuições cívicas, uma delas é, inquestionavelmente, nossa participação em todos os momentos e níveis políticos, principalmente, como "eleitores técnicos". Sim, técnicos! Iguais àqueles que escalam os times de futebol e sempre substituem os atletas que não estão correspondendo. E, quando essas trocas de "jogadores" dão certas, o torcedor aplaude. Afinal, torcemos por nosso clube de coração. O atleta profissional é um servidor que, conforme a oferta muda rapidamente de bandeira sem nenhum constrangimento.

Semelhantes atitudes podemos observar nos políticos que nós, eleitores do século XXI, escalamos para defender nosso time. Ou seja, nosso país. Alguns até, marcando gol contra, e o mais perigoso, intencionalmente... É inadmissível! Então, nada mais inteligente, justo e correto que troquemos também as peças, ou melhor, os governantes que não atendem aos anseios da sociedade. Assim, certamente, vamos comemorar uma vitória de todas as torcidas e o troféu ficará, sempre, nas mãos do povo.

Confiantemente,

Carlos Moura Gomes – Gravatá, março 2018