POR QUEM OS SINOS DOBRAM (uma reflexão sobre a solidariedade)
Começo recorrendo ao mestre John Donne, citado por Ernest Hemingway, no clássico "Por Quem os Sinos Dobram": “Nenhum homem é uma Ilha, um ser inteiro em si mesmo; todo homem é uma partícula do Continente, uma parte da terra. Portanto, nunca procures saber por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti”.
Costuma-se dizer que o que nos une, enquanto humanidade, é maior do que aquilo que nos divide. E é verdade. Pelo menos nestes aspectos: habitamos sob o mesmo teto, respiramos o mesmo ar, bebemos a mesma água; vivemos sob o mesmo céu, nos banhamos no mesmo mar, nos alimentamos dos mesmos nutrientes; temos em comum o nascer, o viver e o morrer; partilhamos dos mesmos problemas, das mesmas inquietações, das mesmas incertezas; somos semelhantes em tudo, inclusive na finitude; participamos dos mesmos destinos, viajamos na mesma embarcação, estamos sujeitos aos mesmos limites...