ARTIGO – “XIII...! NÓS ‘FOI’ PRESO, MESMO!”
No jargão popular existe duplicidade de entendimento quanto à legitimidade da prática do crime; uns, mais prudentes e cautelosos, dizem que “o crime não compensa”, enquanto outros, atrevidos e gananciosos, afirmam que “o crime compensa”. Diante dessa última concepção, são capazes de tudo na busca do lucro fácil, utilizando das mais astutas artimanhas e estratégias, e julgando-se acima das leis e dos valores vigentes. É triste a constatação de que esse tipo de marginalidade hoje infesta os espaços que deveriam estar ocupados por autoridades íntegras e incumbidas exatamente de punir os criminosos. Ao contrário, num conluio sem precedentes, assaltam a nós cidadãos, descaradamente, roubando nossas consciências e metendo com gosto a mão em nossos bolsos.
A sociedade brasileira foi surpreendida dias atrás com um vasto e melancólico noticiário, no qual o áudio gravado de um diálogo jocoso, debochado e presunçoso entre um empresário e seu executivo, extravasava um amplo desejo de anarquizar com as autoridades constituídas, induzindo, inclusive, que gostaria de um encontro com o então Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, para dizer-lhe “que na escola que ‘tu’ estudou, eu fui professor”! Com a aparência de empresários vitoriosos e inteligentes – até mesmo na esperteza para a prática de inúmeros crimes empresariais –, com trânsito no mundo dos negócios, inclusive na área internacional, seria de se esperar um linguajar menos rude e não tão pobre no uso da língua portuguesa! Refiro-me à dupla composta pelos irmãos Joesley e Wesley, e mais o executivo do seu grupo, Ricardo Saud, cujo trio, de alta periculosidade, hoje está preso...