Dos cinco casos de mulheres mortas de forma violenta na Bahia entre os dias 21 e 27 de agosto de 2017, nenhum deles foi a julgamento seis meses após os registros. Dois foram enquadrados como feminicídio, quando as vítimas são mortas pela condição de gênero, e tiveram os acusados presos ou apreendidos. Nos três demais casos não houve prisões e em uma das situações o inquérito ainda segue em andamento na Polícia Civil.
Isso é o que mostra um novo levantamento feito pelo G1, por meio do Monitor da Violência, tendo como base as 126 mortes de mulheres registradas durante uma semana em todo o país. Do total de casos contabilizados nacionalmente, apenas um foi a julgamento, no estado de Goiás. Na Bahia, o caso que mais avançou na esfera judicial envolve a morte de Graciela de Souza Dias, de 21 anos. Ela foi assassinada a pauladas pelo ex-companheiro, João Bonfim da Silva, 42 anos, no município de Jaguarari, no norte do estado. O crime ocorreu no dia 27 de agosto de 2017 e o acusado foi preso em flagrante.
O inquérito sobre o caso foi fechado na Polícia Civil, ainda em 2017, classificado como crime de feminicídio, e encaminhado para o Ministério Público da Bahia (MP-BA). Procurado pelo G1, o MP diz que apresentou a denúncia à Justiça, que abriu Ação Penal e decidiu que o acusado deve ser submetido a júri popular. Entretanto, a defesa recorreu e o recurso tramita no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Em entrevista ao G1, a delegada Elisa Padilha, que foi responsável pela investigação do caso, detalhou que o acusado não tinha passagens pela polícia e que nunca tinha sido denunciado pela vítima por algum tipo de agressão. Foi descoberto, entretanto, durante as investigações, que ele tinha feito algumas ameaças à mulher após o fim do relacionamento.
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