A luta diária pela sobrevivência tem sido um componente marcante na vida de cada família, que enfrenta com amor, dedicação e coragem todo um elenco de problemas para vencer as dificuldades do dia a dia. É coisa do passado o tempo em que essa luta recaía apenas no grande herói, líder e batalhador de todas as horas, o eterno supridor de todas as necessidades do clã, o “Chefe de Família”. Mas os tempos passaram e um personagem na família adquiriu personalidade própria, venceu tremendos obstáculos, e com coragem e determinação conquistou o seu espaço: A MULHER, a ESPOSA, a COMPANHEIRA.
De antiga “dona de casa”, ou melhor, dona dos problemas da casa, pois a ela era reservada a dura incumbência de cuidar de todas as tarefas domésticas, desde cozinhar, lavar pratos, arrumar a casa, lavar e passar roupas, cuidar dos filhos e suas tarefas escolares, além de esposa presente, essa fantástica criatura conquistou o seu espaço no mercado de trabalho e deu o seu grito de independência. Mas esse não foi um grito raivoso, violento, uma ação tipo “black bloc” do lar, de rompimento dos laços que fazem a harmonia familiar, mas de afirmação de que agora não mais existe uma “dona de casa”, mas uma “parceira do lar”, uma companheira, uma verdadeira administradora dessa organização chamada: FAMÍLIA. E, às vezes, assume o papel do “PEREIRÃO”, que tudo resolve em casa, desde reparos elétricos a consertos de fechaduras. Conheço uma assim...!
Diante de todo esse processo de evolução da mulher, interessante é se observar que, além dessa guerreira ter agregado à sua vida as atividades profissionais externas, ela conseguiu manter o eficiente desempenho nas questões que envolvem o lar, agora evidenciando qualidades da perfeita gestora, que sabe, como ninguém, distribuir as muitas tarefas do dia. Essa extraordinária conquista social, antes de provocar no homem ira e ciúme em razão do seu tradicional comportamento machista, mostrou-lhe que essa guerreira ao seu lado não é apenas mulher, amante, esposa, companheira e mãe dos seus filhos, mas, também, uma legítima professora ou empresária que pode ensinar-lhe como administrar o seu tempo e conduzir com competência a solução de tantos problemas diários dessa empresa chamada “Família”. Sou um admirador inconteste do perfil dessa nova mulher, que sabe ser feminina e empresária, sabe ser dura na hora que as decisões exigem e cheia de doçura e meiguice nos momentos certos!
Não obstante todo esse universo de empolgação e encantamento, com o qual certamente os homens com um mínimo de sensibilidade devem concordar, existe ainda uma grave trincheira a ser superada por esse ser muito especial, que é alcançar o objetivo de vencer a grande batalha da violência contra a mulher, fruto da fraqueza de homens covardes que, diante de suas fragilidades, transformam os seus argumentos em agressividades inconsequentes e irresponsáveis. As leis existentes ainda são insuficientes para protegê-la.
Neste momento histórico em que tantas mulheres em todo o mundo ocupam cargos de relevância no plano político e jurídico – Presidência da República, Ministras de Tribunais Superiores, Ministério Público Estadual e Federal, como Juízas, Promotoras e Procuradoras, Câmara dos Deputados e de Vereadores, e Senado Federal, além de altos cargos Executivos no segmento empresarial – nada mais oportuno que adequar as leis, urgentemente, a uma paridade de direitos visando dar-lhes uma segurança mais digna e que justifique os novos tempos.
Minha saudação e meu carinho permanente a essa batalhadora incansável, cuja homenagem não deve ficar restrita ao DIA INTERNACIONAL DA MULHER, em 8 de março, mas digna do nosso respeito e reverência durante todo o tempo. E que elas aceitem o meu estado de graça!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.
NOTA DO AUTOR: Permitam-me repetir essa crônica de 2014, com pequenas adequações. Desejei dizer algo diferente, mas as verdades antes ditas merecem ser repetidas, porque são conceitos sobre essa guerreira que não se modificaram!
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